A cidade de Lajedinho está em luto. Localizada a 350km da capital baiana e com pouco mais de 4.500 habitantes, o pequeno município ficou completamente destruído após um temporal devastar plantações, inundar casas e matar nove pessoas. Número que, segundo o Corpo de Bombeiros, pode subir ainda mais. Em um relato emocionado, o prefeito de Lajedinho, Antônio Mário Lima Silva, relatou que também ficou desabrigadao com a chuva. “Minha casa foi alagada. Destruiu completamente. Não tem condições de retorno”, afirmou, dizendo que por duas vezes uma forte chuva como esta já havia atingido a cidade, “mas a proporção da destruição foi menor. Ontem foi terrível. Parecia que tinha estourado uma barragem e a água invadiu toda a cidade”, contou.
De acordo com o prefeito, 70% da cidade ficou destruída, “não restando quase nada. Foi tudo. Infraestrutura, pavimentação. Estamos fazendo um levantamento ainda, mas já se acredita que 150 residências tenham sido destruídas”, estimou.
A perda
Quando o assunto foram as nove vítimas já contabilizadas, Antônio Mário Lima, emocionado, disse que a afilhada morreu nesta tragédia. “Quando a água invadiu minha casa deu tempo de minha família sair. Estão todos bem, graças a Deus. Mas, outras foram atingidas e ela (referindo-se à afilhada) não sobreviveu. Pessoas muito próximas estão entre as vítimas. A cidade é pequena. Todos se conhecem. A perda é irreparável”, lamentou.
Calamidade pública
De acordo com o gestor, nesta segunda-feira (9), será decretado situação de calamidade pública no município. “Vamos acionar os Governo Federal, Estadual. Hoje o governador me ligou e foi muito solidário. Disse que vai me ajudar a reconstruir a cidade. Estamos fazendo todo o levantamento desta destruição e buscaremos recursos para isso”, ressaltou.
Porém, o prefeito garantiu que as casas não serão construídas nos mesmos lugares. “Não queremos mais nos locais onde as pessoas foram atingidas. Vamos procurar um lugar mais seguro e mais alto”, comprometeu-se.
Mas, diante da lama, da água, do rio que invadiu as casas e “levou pessoas da mesma família. Tio, sobrinho, mãe e pai”, inconsolável, o prefeito, que não tem para onde ir, pediu fé e força à população. “Eu, neste momento, quero dizer a população que devemos ter fé e coragem para que em um curto espaço de tempo possamos reconstruir este estrago. Mas, é preciso ter força. Não é fácil. Está tudo destruído…está terrível e dolorido”, finalizou, inconsolável.
Bocão News