A Justiça concluiu alguns mistérios em torno do caso Wilson Resende, que ganhou a mídia ao dizer que sofre diversas sequelas após ter consumido uma Coca-Cola com um rato dentro. Após perícias, descobriu-se que há “fortes indícios” de fraude nas embalagens. A análise é do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
O órgão considerou “a possibilidade de que a tampa original tenha sido removida, com a adulteração do conteúdo, e a garrafa novamente fechada com uma tampa nova (…), sem que tenha ocorrido ruptura do lacre”.
Já a perícia do Instituto de Criminalística do Estado, realizada na fábrica da empresa, constatou, de acordo com o laudo, que “considerando as condições físicas e de higiene das instalações, além das boas práticas de manufatura adotadas, não é possível o aparecimento de um corpo estranho do tipo observado visualmente na garrafa lacrada”. Segundo os técnicos, a passagem desse corpo estranho “não é compatível com o sistema de segurança existente nas unidades da ré, representado por barreiras, filtragens de linha e bicos de enchimento ao longo da linha produtiva”.
Transtornos psicológicos
Outra perícia realizada, conduzida por médicos do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), entre eles, especialistas em neurologia e psiquiatria, não encontrou relação entre o estado de saúde do consumidor e a ingestão do refrigerante, e concluiu que “ele não apresenta alterações ou sequelas neurológicas relacionadas ao evento”.
A perícia atestou ainda que Resende “é portador de transtornos de personalidade e do comportamento, devido a alguma doença, lesão ou disfunção cerebral”.