Segundo uma nova pesquisa, casais envolvidos nesse tipo de relação tendem a demonstrar mais afeição e intimidade do que os outros.
Apesar de ainda serem considerados por muitos como “destinados ao fracasso”, relacionamentos a distância podem ter suas vantagens: um novo estudo científico afirma que pessoas envolvidas nesse tipo de relação são capazes de formar laços mais intensos e profundos do que se estivessem em um relacionamento geograficamente próximo. A pesquisa foi publicada na edição de junho do periódico Journal of Communication.
Para fazer essa constatação, os pesquisadores pediram para 63 casais heterossexuais, dos quais metade estava em um relacionamento a distância, para manter um diário sobre as interações com seus parceiros. Eles levaram em consideração diversos meios de comunicação, desde conversas frente a frente (no caso dos que não se relacionavam a distância) até pelo telefone, conversas em vídeo, mensagens de celular, internet e e-mail.
Os participantes eram jovens (21 anos, em média) e, em sua maioria, estudantes universitários. Aqueles que mantinham uma relação a distância estavam separados geograficamente de seus pares por 17 meses, em média.
Relações profundas – Por mais de uma semana, os participantes relataram como foram as conversas com seus parceiros. Os resultados mostraram que, conforme o esperado, os casais que se relacionavam a distância interagiam menos vezes por dia. Porém, esses contatos eram mais significativos.
Segundo o estudo, pessoas em relacionamentos a distância tendem a revelar mais sobre si mesmas em cada conversa, e também a idealizar a reação de seus parceiros a tais revelações. Elas também gastavam mais tempo em cada interação. Tudo isso ajuda a explicar porque os relatos nos diários de quem estava em um relacionamento geograficamente distante demonstravam maior satisfação e mais sensação de intimidade com o outro.
Para os autores, relacionamentos a distância não são muito estudados porque as pessoas costumam achar que eles são raros, ou que não são normais, mas diversos estudos recentes mostraram que eles podem ser iguais ou melhores do que aqueles geograficamente próximos. Nos Estados Unidos, estima-se que 3 milhões de casais vivam longe e 75% dos estudantes universitários afirmam já ter estado em um relacionamento a distância.
“As pessoas não precisam ser tão pessimistas sobre esses relacionamentos. Os casais nesta condição se esforçam mais em expressar afeição e intimidade, e seus esforços são recompensados”, afirma Crystal Jiang, pesquisadora da Universidade da cidade de Hong Kong e uma das autoras do estudo.