40 ANOS: PRESIDENTE DA EMBRAPA PARTICIPA DE SESSÃO SOLENE EM CRUZ DAS ALMAS


A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza nesta quinta-feira, 25 de julho, às 9h, solenidade comemorativa aos 40 anos da Embrapa e aos 38 anos da Unidade.

Está confirmada a presença do presidente da instituição, Maurício Antônio Lopes, que estará pela primeira vez na Unidade, e de diversas autoridades das esferas municipal, estadual e federal. O ex-pesquisador Raymundo Fonseca Souza, primeiro chefe-geral da Unidade e ex-diretor da Embrapa, será homenageado em reconhecimento aos serviços prestados.


Faz parte ainda da agenda do presidente uma reunião geral com todos os empregados e uma visita ao Núcleo de Biologia Avançada e aos laboratórios de Ciência de Tecnologia de Alimentos, de Pós-Colheita e de Ecofisiologia, além dos telados do Banco Ativo de Germoplasma de Citros, localizados nos campos experimentais.

Para o chefe-feral Domingo Haroldo Reinhardt, o evento é uma oportunidade especial. “Vamos aproveitar a ocasião para, primeiro, lembrar o passado, a construção dos alicerces da Empresa e da Unidade, as conquistas e contribuições dadas para o desenvolvimento da agricultura do nosso país e, segundo, observar os investimentos recentes e as condições do momento atual na perspectiva do cumprimento dos desafios do futuro”, explica.

Contribuições

Ao longo dos últimos 40 anos, a fruticultura brasileira se expandiu por todo o país, que se tornou o terceiro maior produtor mundial de frutas. Surgiram dezenas de polos de produção frutícola, até mesmo no semiárido nordestino, que vem se sobressaindo pela exportação de frutas frescas de excelente qualidade. A contribuição da Embrapa Mandioca e Fruticultura foi e tem sido muito importante nesse contexto uma vez que, entre outras tecnologias, variedades de citros e de banana geradas, adaptadas e recomendadas pela Unidade têm desempenhado papel de destaque.
Inovações e ajustes tecnológicos estimularam a produção de abacaxi no Brasil, que passou a ser o maior produtor mundial há alguns anos, com benefícios especiais para as empresas familiares, principais responsáveis pelo cultivo. A equipe técnica da Unidade participou da evolução da cultura em muitas regiões produtoras, a exemplo de Itaberaba (BA) — nos últimos 20 anos, a fruta se tornou o principal produto agrícola do município — e do Tocantins, hoje considerado o estado produtor do melhor abacaxi do país em qualidade e produtividade.
O trabalho com mamão também evoluiu significativamente. Embora o Brasil tenha perdido a condição de maior produtor mundial para a Índia, o mamão hoje é uma cultura bem estabelecida principalmente na região do extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo.
A cadeia produtiva de mandioca, alimento básico de grande parte da população brasileira, tem passado por grandes transformações. Em muitas regiões, passou de tradicional cultura de subsistência para o status de cultura do pequeno ao grande agronegócio, com a oferta de extensa gama de produtos derivados e de significativo valor agregado. A farinha continua sendo fundamental, mas a fécula passou a ser o produto âncora de muitos empreendimentos, sobretudo no Centro-Sul, e mais recentemente também nas demais regiões do país.
Dezenas de novas variedades, com resistência a doenças e pragas, adaptadas a diferentes condições ambientais, têm sido geradas e recomendadas, sobretudo para ecossistemas do Nordeste e Norte do país. Levantamentos recentes mostram relevante índice de adoção das cultivares BRS Kiriris, nos tabuleiros costeiros, e BRS Formosa, no sudoeste da Bahia, região com incidência da bacteriose.
Alianças estratégicas da pesquisa com a iniciativa privada e organizações de produtores têm contribuído para o aprimoramento da cadeia produtiva de mandioca em várias regiões, exemplos que poderão eventualmente servir de modelos para ações integradas similares em outras partes do país, com impactos positivos para o padrão de vida de milhares de produtores. Ressalte-se o esforço iniciado nos últimos anos de dedicar parte da programação de pesquisa da Unidade ao desenvolvimento de tecnologia para a mandiocultura no Centro-Sul do país, onde se concentra a maioria das grandes indústrias de amido de mandioca.
Projetos
A Unidade vem assumindo papel de liderança na coordenação de projetos estratégicos, com destaque para os relacionados ao huanglongbing (HLB), mais severa doença hoje no mundo dos citros, que representam um dos agronegócios mais importantes do país. Outro projeto em que se deposita grande expectativa de sucesso é o que envolve o trabalho com amidos modificados de mandioca, fruto de parceria desenhada com a iniciativa privada e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat) — sediado na Colômbia —, que apresenta possibilidade de agregar bastante valor à cultura.
Outra frente de ação, também em parceria com empresa privada, é destinada à produção de minimanivas de mandioca, cujo objetivo é reduzir uma das principais limitações da cultura: obtenção de material de plantio para rápida disseminação de novas variedades ou variedades de valor. Segue nesse mesmo objetivo o projeto Reniva (“Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária”), sendo que o primeiro volta-se mais para a produção industrial.
A Unidade
A Embrapa Mandioca e Fruticultura ocupa hoje uma área de 260 hectares no município de Cruz das Almas, a 150 quilômetros da capital do estado, Salvador. Dispõe de moderna infraestrutura, incluindo 16 laboratórios, casas de vegetação, estufas, telados, biblioteca, biofábrica, centro de tecnologia em mandioca e campos experimentais com nove coleções de espécies e variedades de mandioca e fruteiras compostas por mais de quatro mil acessos.
Conta com 227 empregados, sendo 70 pesquisadores, de excelente formação acadêmica e com ampla experiência desde recursos genéticos à socioeconomia, passando por melhoramento genético, fitotecnia, fitossanidade, nutrição vegetal, irrigação, fisiologia vegetal e manejo pós-colheita. Na área de suporte à pesquisa, em laboratórios, campo experimental e setores administrativos, há 47 analistas, com formação universitária, alguns com pós-graduação, 43 técnicos e 67 assistentes.