
Já na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, foi constatado que 15,86% da população baiana é analfabeta. O número cresceu em relação à amostragem de 2011, quando esse percentual era de 14,33%, mas, segundo o coordenador de disseminação de informações do IBGE, Joilson Rodrigues de Souza, a variação se deve a alguma imprecisão ocorrida na pesquisa passada. “Se os jovens são os que têm um maior acesso à escola, não faz sentido o número de analfabetos cair e depois crescer de novo. Pelo contrário, à medida em que os mais velhos vão morrendo, a tendência é esse percentual diminuir”, explica. De fato, se você observar as tabelas abaixo, vai perceber que, tanto na Bahia quanto no resto do Brasil, o percentual de analfabetos aumenta com a idade. A média nacional de analfabetismo estava em 8,7% em 2012, segundo o IBGE, percentual ligeiramente maior que o de 2011: 8,6%. “Os estados que têm os índices melhores em geral são os que têm uma população mais urbana e jovem. A Bahia ainda é muito rural: 3,728 milhões de baianos vivem na zona rural”, acrescenta Joilson.Um deles é o aposentado Alcindino Rodrigues, de 75 anos. Natural de Iguaí, sudoeste do estado, ele conta que começou a trabalhar na roça aos 10 anos de idade, e por isso nunca estudou. “Naquele tempo, meus pais não me ensinaram, agora eu já estou velho e não adianta mais”, diz ele. Em seu último emprego, como administrador de uma fazenda, ele conta que não se apertava. “Quando precisava, tinha uma pessoa que lia para mim”. A mulher de Alcindino, Carlita, é semianalfabeta. Ela conta que na região há muita gente na mesma situação. “Vixe, tem muita gente analfabeta aqui. Eu mesma não leio quase nada”. O Brasil inteiro tem 7,1 milhões de analfabetos, e o Nordeste é o principal responsável pelo índice, pois 53,8% das pessoas que não sabem ler nem escrever moram nesta região. Por outro lado, quando consideradas apenas as pessoas maiores de 25 anos, o percentual de indivíduos sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 15,1% para 11,9% no Brasil, uma diminuição de 3,4 milhões de pessoas em um ano. Já o percentual de pessoas com nível superior completo passou de 11,4% em 2011 para 12% em 2012, um aumento de 6,5% (867 mil pessoas a mais), totalizando 14,2 milhões de pessoas.