Wandson Isaías dos Santos, monitor ‘Pão de Sal’ como é conhecido, é o mais novo membro da família CDO desde o início do mês de outubro. Com isso, o Celeiro de Bamba ganhou um núcleo no município de Presidente Tancredo Neves, onde ele mora. A cidade com 26.300 moradores, segundo dados do IBGE, fica a 178 Km de Itabuna. “Vou estar sempre em Itabuna” diz o monitor que viajou 3 horas de Kombi com seus alunos para a integração. A turma participou da aula do Mestre Ninja e da roda que ficou mais enérgica. “Tô muito feliz em estar aqui hoje com os meus alunos pelo fato de (vocês) terem me acolhido bem. Pretendo voltar com os meus outros alunos que não puderam vir.” completa.
Em Tancredo Neves, o monitor Pão de Sal que também é artesão divide seu tempo dando aulas de capoeira na cidade e nos distritos há 1,5 anos. Atualmente, ele tem cerca de 50 alunos – crianças, adolescentes e jovens com idade entre 5 e 18 anos. A turma faz parte de três projetos sociais: Centro de Cultura, do município; Mais Educação, do Governo Federal e Projeto Social Associação de Moradores de Corte de Pedras, distrito de Itabaiana a 7 km de Tancredo Neves.
A Escola Celeiro de Bamba abriu as portas para o monitor que tem 16 anos de capoeira. Ele diz que encontrou no Grupo Cordão de Ouro a possibilidade de crescer profissionalmente. “Me sinto realizado no Grupo Cordão de Ouro”. ‘Ele que desde o ano passado desenvolve um projeto social de sua autoria com o objetivo de resgatar os jovens das drogas, já pensa em ampliar seu trabalho em Tancredo Neves, já que, segundo ele, o município carece de cultura, principalmente na capoeira. “ Eu quero resgatar mais a cultura em minha cidade. Lá, a capoeira ainda é pouco praticada. Tenho esperança em mudar a isso.”diz o monitor que já planeja realizar o I Batizado de Capoeira em dezembro.
Pão de Sal se define um professor dedicado e exigente. Aonde ele vai leva consigo um dos alunos que se tornou seu ‘braço direito’. João Carlos Guedes do Nascimento, o Bujão, de 19 anos, é o aluno mais velho e está com Pão de Sal desde o início. Ele explica como a capoeira ajudou a mudar a vida de seu aluno.
“Bujão perdeu um amigo assassinado. Ele viu o amigo sendo morto. Na época ele já praticava capoeira, mas depois desse fato ele ficou mais perto da gente e passou a frequentar mais a capoeira”. Bujão é um dos alunos que me segue e está sempre presente, por isso desenvolveu mais na capoeira em relação aos outros colegas.”
“Meu sonho é ter um espaço próprio e ter a capoeira mais valorizada.” Finaliza
