Corinthians é punido com portões fechados por cantos homofóbicos contra o São Paulo

O Pleno do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu punir o Corinthians com a realização de um jogo de portões fechados como consequência dos cânticos homofóbicos entoados por seus torcedores durante o clássico contra o São Paulo. O jogo ocorreu em 14 de maio na Neo Química Arena, durante a sexta rodada do Campeonato Brasileiro.

Por unanimidade, o Tribunal revogou a liminar concedida ao Corinthians, tornando obrigatória a realização de um jogo sem torcida no próximo confronto em que o clube for mandante. A defesa do Corinthians não poderá entrar com um novo recurso.

O Corinthians foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata sobre “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. 

A partida contra o Grêmio, que estava originalmente marcada para 15 de julho, foi adiada. Dessa forma, os corintianos terão que cumprir a punição contra o Vasco, no jogo programado para o dia 30 deste mês, válido pela 18ª rodada do Campeonato Nacional. Estima-se que o clube deixe de arrecadar cerca de R$ 2 milhões devido à sentença aplicada nesta quinta-feira, 6.

Presidente do STJD, José Perdiz justificou seu voto e pediu mais colaboração dos clubes para evitar este tipo de preconceito nos estádios de futebol.

“A própria CBF estabeleceu punições mais gravosas em seu regulamento de competições no combate ao preconceito. A vida é diferente. Uma piada de mau gosto não é mais tolerada. Cantos discriminatórios estão proibidos no futebol brasileiro. Os patamares das relações humanas e de respeito social devem absolutamente serem respeitados por todos os partícipes do esporte. O clube tem que trabalhar para evitar novos episódios de cantos homofóbicos a partir de agora. A repressão deve ser imediata”, afirmou Perdiz.