Dia 13 de abril celebra um dos maiores símbolos de afeto entre humanos, mas sua data de origem não é nada romântica; entenda o motivo
No dia 13 de abril é celebrado o Dia do Beijo, um dos maiores gestos de amor, atração ou carinho entre os seres humanos – afinal, também cumprimentamos com um beijo nossos familiares e amigos, né?
Mas o que nos leva a beijar uma pessoa? O que sentimos durante o beijo? E quais os benefícios do beijo para a saúde? Sim, eles existem! Mas antes de responder a tudo isso, comecemos respondendo: por que dia 13 de abril?
Reza a lenda que…
Em 1882, na Itália, um jovem chamado Enrico Porchelo saía por aí beijando todas as mulheres de seu vilarejo. O caso incomodou o padre da região que, no dia 13 de abril, anunciou um prêmio para a primeira mulher que declarasse não ter beijado o rapaz. Acontece que ninguém apareceu e o tal do prêmio estaria perdido na Itália até hoje: e assim, de um jeito nada romântico, surgiu um dos maiores símbolos de afeto da humanidade.
O que os olhos vêem, o coração sente, sim!
Ou melhor, o cérebro sente! De acordo com o Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião e professor livre-docente da Universidade de São Paulo (USP), essa vontade de beijar alguém desperta rapidamente em nosso cérebro quando trocamos olhares ou estamos perto de uma pessoa por quem desenvolvemos atração física ou afetiva.
“Isso porque as imagens visuais são processadas pelos lobos occipitais [responsável pelos estímulos visuais] e refletem para o sistema límbico, que é o circuito emocional. Dessa forma, o acúmulo de emoções que envolve os casais promove uma mudança de comportamento diferente no cérebro de cada um. E é isso que faz as bocas se encaixarem!”
Liberando os hormônios do prazer
A boca, lábios e língua são estruturas com uma alta densidade de terminações nervosas. Portanto, no que se refere a parte neurológica, o beijo gera uma troca intensa de informações que são transmitidas ao plano consciente e subconsciente, além de estimular o circuito do prazer.
Também é durante essa atividade que vários hormônios, importantes para a nossa saúde, são liberados: por exemplo, a adrenalina, que causa aquela “palpitação”, e a dopamina, que estimula uma sensação prazerosa e de excitação, são liberadas durante o beijo.
Mas a mais famosa delas é, sem dúvida, a ocitocina! Também chamado de “hormônio do amor”, ele ganhou esse título por ser responsável pelos comportamentos interpessoais, ou seja, os vínculos afetivos que criamos ao longo da vida. Basta uma troca de carinho com a pessoa para que o hormônio seja estimulado!
Mas não é “só” isso, não: o médico explica que a ocitocina também desempenha funções biológicas importantes no corpo humano, como a contração do útero, na gravidez, e a ejeção do leite, na amamentação.
Beijar movimenta cerca de 23 músculos da face e elimina entre 5 e 26 calorias por minuto
Mas como tudo isso acontece durante um beijinho?
O Dr. Fernando conta ainda que certas áreas do cérebro precisam ser ‘desativadas’ para que outras áreas possam ser ativadas no momento em que antecede o beijo. “As amígdalas nos lobos temporais, centro da ‘defesa’ de fuga ou luta, são ‘desligadas’ e os centros de prazer são ativados no cérebro masculino”, detalha.
Nas mulheres é o cortex órbitofrontal lateral esquerdo, responsável pelo controle de desejos elementares, que ficam silenciados durante o beijo.
Ministério do amor adverte: beijar faz bem para a saúde
Além da liberação de hormônios essenciais para o nosso corpo, o beijo oferece vários benefícios — Foto: Pexels
Segundo o neurocirurgião, “o beijo representa trocas de informações inconscientes referentes ao sistema imunológico da outra pessoa, o que pode, inclusive, justificar uma maior (ou menor) atração.” E é dessa troca de informações e da liberação de hormônios que o nosso corpo também se beneficia de diferentes formas:
- Provoca a sensação de bem-estar, relaxamento, é um bom “remédio” para desestressar. Isso porque o ato libera endorfina e diminui o cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”.
- Ajuda a desenvolver vínculos afetivos, já que é nesse “momento que as amígdalas cerebrais tendem a silenciar, dando passagem para uma troca mais próxima.”
- A produção de saliva aumenta durante o beijo, o que ajuda a “limpar” a boca. Mas vale destacar que é preciso ter cuidado com os hábitos de higiene do contatinho e os seus, ok?
- Um beijo pode queimar entre 5 e 26 calorias por minuto, segundo uma pesquisa feita pela ‘American Journal of Medicine’.
- Atenção, românticos! O estudo também pontua que beijos mais simples movimentam cerca de 2 músculos faciais, enquanto beijos entre pessoas apaixonadas envolvem entre 23 e 34 músculos. Um belo jeito de diminuir as rugas, né?
- Durante o beijo, o batimento cardíaco tende a aumentar e ajuda a diminuir a pressão arterial.