DISSABORES

Por Jailson Pinheiro*
Dissabores existem. E não são por acaso mas para darmos valor ao sabor das coisas.
Os dissabores servem como referências para nossa falta de zelo para com tudo de bom que nós temos. É notório que costumamos nos lamentar demais pelas poucas coisas que nos faltam. Já notou quantas coisas boas estão ao nosso dispor todas as manhãs ao acordamos? Vamos listar algumas delas?
Bom, se acordamos é porque dormimos e certamente dormimos numa casa, num quarto, com energia elétrica, com ventilador ou arcondicionado, com cama, colchão, lençol, cobertor, travesseiro, fronha e também estávamos vestidos com alguma roupa. Ao levantar utilizaremos um banheiro, teremos água, escova de dente, creme dental, sabonete, shampoo, toalha, outras roupas (lembre-se de cada peça), calçados, talvez uma joia ou bijuteria, maquiagem… Irá se alimentar com um café, ou suco, pão, biscoito. Deixará sua casa, poderá pegar seu carro, moto, bicicleta ou qualquer meio de transporte, para chegar ao trabalho ou cumprir qualquer compromisso. E para inflar ainda mais a lista podemos citar as pessoas do nosso convívio do lar. Talvez more com seus pais, com sua mãe, com seus irmãos, marido, esposa…
Parece pouca coisa? Talvez esta lista possa crescer ainda mais. Agora pense um pouco: O que ainda falta para seu dia ser melhor?Garanto que faltará muito menos do que tudo de bom que você possui ao seu dispor.
Exatamente aqui percebemos que não faltam coisas boas em nossas vidas. Talvez nos falte uma atitude correta de valorar nossa vida. Acredito que esta nossa distorção se concentra nessas vertentes:
1.    Esperamos ter tudo que desejamos para valoriza tudo o que temos;
2.    Não percebemos pequenas coisas em nosso cotidiano;
3.    Damos importância somente às grandes coisas;
4.    Buscamos valorizar um mundo ideal e menosprezamos o mundo real;
5.    Acreditamos que o outro sempre tem mais do que nós;
6.    Cremos que são as coisas que nos trarão alegria, bem estar, felicidade, motivação e paz.
A partir destas vertentes torna-se mais fácil ainda entender porque lamentamos tanto da nossa vida. Porque temos a habilidade de negativar, desestimar o que temos e às vezes o que somos.
O pensador e filósofo Confúcio afirmou que o homem sempre procura ter e acaba se esquecendo de ser. Em nossa prática investimos tempo e dinheiro para ter coisas na esperança de que elas tragam para nós aquilo que nos faça ser algo do qual almejamos. O que não acontece, e gera um sentimento de desconforto, desilusão, desequilíbrio, impotência e, então começamos a lamentar de tudo que temos, do que não temos, ou seja, a lamentar e reclamar da vida.
Por isso não devemos terceirizar nossa felicidade. Não podemos esperar das coisas o que elas não poderão ofertar. Não podemos depender de algo que não nos pertence. E não podemos pertencer às coisas que possuímos.
O contrário deve ser praticado! Daremos às coisas o real valor que possuem. Na medida da justeza precisamos valorar o que nós temos. Agradecer por tudo que dispomos e ofertar o que nos abarrota.
Os dissabores que acreditamos ter em nossas vidas são frutos diretos da nossa forma equivocada de mensurar o que temos. Como afirmei no inicio do texto os dissabores não existem por acaso, mas para darmos valor ao sabor das coisas.
Ao invertemos nossa equação, de só olhar para o que nos falta, e começarmos a contabilizar o que temos, constataremos que estamos com saldo positivo em nossa conta da vida.
Os dissabores só deixarão de existir quando aprendermos a dar sabor às coisas que temos. A valorizar o que conquistamos, a agradecer pelas oportunidades criadas, pela nossa família, nossos amigos, colegas…
Ao parar de acreditar que o outro sempre tem mais iremos perceber que muitos têm menos do que nós. E muitas vezes esses desprovidos vivem melhor, vivem em paz, são alegres, são motivados. Por quê? Porque eles não vivem para as coisas. Eles aprenderam a dar sabor ao que possuem. Aprenderam a ser alguém mesmo não tendo tudo do que precisam.
Desta forma meus amigos, antes de acreditar e reclamar de dissabores em suas vidas analise e reflita se já aprenderam a temperar, com muito sabor, cada coisa que possui, que conquistou, que recebeu e tudo que ainda esta por vir.
Um fraterno abraço e até o próximo texto.
* Diretor Acadêmico da Sólida Gestão em Eventos Coorporativos; Consultor nas áreas de comunicação e imagem pessoal, comunicação empresarial. Colaborador de Portais de Comunicação no Brasil. Ministra cursos de Oratória, Gestão de Conflitos, Atendimento, Comunicação, Planejamento de Eventos, Relações Interpessoais, Liderança e Motivação para Instituições Públicas e Privadas. Leciona em cursos de graduação e pós-graduação disciplinas: Psicologia da Educação; Psicologia do Desenvolvimento, Analise do Discurso, Didática, Cultura e Diversidade, Metodologia no Ensino Superior I e II, Teoria da Comunicação, Técnicas de relações Públicas, Ética, Teoria da História entre outras. Mestre em Ciências da Educação e Doutorando pela UNINTER. Relações Públicas e Especialista em Docência Superior. Em 2008 seu curso de Oratória foi o único reconhecido fora do eixo Rio-São Paulo pela Editora OnLine.
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