EM FASE DE TESTES, VACINA CONTRA A DENGUE CHEGA A 88,5% DE EFICÁCIA

As fortes dores de cabeça e no corpo foram o sinal de alerta para o piloto de avião Diego Carvalho, 27 anos. Rodeado de mosquitos na rua onde mora, no bairro de Piatã, ele já desconfiava que era mais uma vítima do mosquito Aedes Aegypti. “Tive muita febre, dor no corpo, na cabeça; muita dor nos olhos. Fui ao hospital e, quando cheguei lá, o médico me disse que eu era o 12º só naquele dia”, lembra. Mais um nas estatísticas de infectados pela dengue em Salvador, onde a doença avançou 350% nas primeiras 27 semanas do ano, Diego pode ter sentido os sintomas característicos da enfermidade pela última vez na vida. Isso porque, apesar de ainda não haver uma forma de imunização, uma vacina que está em fase de estudos já apresenta ótimos resultados. De acordo com artigo divulgado pela revista científica Lancet, publicada no dia 11 de julho, a vacina garantiu uma proteção de 56,5% contra a infecção, mas ainda não surtiu efeitos em todos os quatro sorotipos da doença. Já contra a dengue hemorrágica, a proteção chegou a 88,5%. A comerciária Maria da Graça Mota, 46, vizinha do piloto Diego, também teve dengue este ano e, claro, torce para não voltar a passar por situação semelhante relacionada à ação do mosquito.  “É para eu nunca mais esquecer, achei que ia morrer. Muita dor de cabeça, parecia que eu ia ter um derrame. Mas era dor também para todo lado, meu corpo não respondia. Uma coisa horrível”, relata. A imunização está sendo desenvolvida pelo Instituto Sanofi Pasteur, que tem sede na França, mas também está presente em diversos países, incluindo o Brasil.