FALTA DE ORGASMO: COMO COLOCAR O ASSUNTO EM PAUTA?

orgasmo é a mina de ouro do sexo, algo que todos nós procuramos em cada relação e que trabalhamos para que aconteça com uma grande frequência. Mas, sejamos verdadeiras, isso não acontece toda vez. Quando o sexo não atinge seu ápice, o sentimento de frustração e o desânimo podem imperar.

Como abrir o jogo com o parceiro e dizer que você não consegue atingir o clímax?
O psicólogo Oswaldo M. Rodrigues afirma que oorgasmo é um comportamento que precisa ser aprendido, da mesma forma que escrever ou falar. “O corpo tem capacidades para que este comportamento sexual aconteça, mas se os caminhos seguidos desde o nascimento não conduzirem à possibilidade de orgasmos, a mulher não saberá como fazer para que eles ocorram”, explica.

Segundo ele, dois fatores são os principais empecilhos para as mulheres não chegaram lá: o físico, como o genital ter algum problema anatômico ou fisiológico, e o comportamental (psicológico). Com as consultas frequentes ao ginecologista logo depois da menstruação, a parte física está sempre visível ao olhar clínico, mas a parte psicológica pode passar despercebida e existem diversas situações que podem impedir o máximo prazer feminino.
“Além do aprendizado social, que foca na maternidade, na reprodução da espécie, e não no prazer feminino, ainda existem diversas outras fontes de ansiedades e estados depressivos. Desde atividades no trabalho à esfera familiar, conjugal ou de foro individual, todas essas situações são capazes de afetar a vida sexual”, diz o psicólogo.
Depois de identificada uma dessas causas, é hora de tentar tratá-la e ser sincera com seu companheiro. “Se a mulher tem dificuldades de comunicação e de expressão emocional desde antes de o casal se formar, eles precisarão de ajuda de um psicólogo para desenvolverem estas capacidades em uma terapia de casal”, afirma Oswaldo. Afinal, se a interação já não anda muito bem e se a mulher sente dificuldades de falar qualquer coisa, não basta apenas indicar “uma conversa com o marido”. Ambos devem se dedicar a aprender a capacidade de se comunicar.
Então, se você não consegue fazer sozinha, procure ajuda profissional. Mas, caso perceba que há uma possibilidade de resolver o assunto somente entre vocês dois, reúna toda a sua coragem e tente expor a situação. As mais diversas abordagens são válidas, seja por uma mensagem, pessoalmente ou deixando um recado, uma carta, explicando todos os pontos delicados e dizendo que vocês podem conversar melhor assim que disponíveis. Mas esse será apenas o primeiro passo.
É preciso que você deixe claro ao seu parceiro que a culpa não é dele, nem sua, mas de uma conjuntura de diversos fatores que acabam colaborando para esse quadro de insatisfação sexual. E dê dicas que você acredite que possam resolver. A crítica pura e simples não ajuda em nada e deixará seu companheiro perdido, se julgando um incompetente por não satisfazer você. Procure identificar alguns possíveis problemas e pensem juntos em soluções simples de serem tomadas por ambos para que a situação melhore.
“Os homens precisam estar dispostos a participar das mudanças gerais das regras de convivência do casal. Os dois precisam “recasar”, descobrir novamente tudo aquilo que os excita, que os atrai, que dá prazer. O homem poderá participar de uma parte do processo de desenvolvimento dos orgasmos femininos”, afirma o psicólogo. Mas a mulher tem uma parte fundamental da evolução do prazer máximo. Ela precisa se dedicar individualmente primeiro, conhecer seus pontos fortes – principalmente através da masturbação – e depois passar o mapa para o parceiro.

Além disso, existem momentos-chave da vida em que precisamos nos apontar novos caminhos para o futuro e reconsiderar todas as decisões tomadas. “A mulher precisa se perguntar: sexo é realmente importante na minha vida? O que eu vou fazer com o sexo na minha vida? Para que servirá? Se sexo vier a fazer parte de minha vida, quanto me dedicarei a esta atividade? Aqui começa a tomada de decisão. O próximo passo será de determinar ações que permitam chegar aos objetivos”, indica o profissional.
Vale pensar também se a paixão ainda é a mesma. Se essa falta de orgasmo começou depois do início da relação, será que a falta envolvimento entre você e seu parceiro não tem a ver com seus sentimentos por ele? É preciso analisar se vale mesmo a pena continuar com essa relação, principalmente se outras medidas já tiverem sido tomadas sem qualquer sucesso. Mas, claro, se você o ama, não há problema que não possa ser superado.
Não se esqueça de que você é quem melhor pode conhecer seu corpo e é quem decide com quem quer ser feliz. Não adianta se pautar pelo que as outras pessoas esperam de você, quando, na verdade, você é quem está angustiada. Se as coisas não estão boas, mude-as para que se tornem, sem peso na consciência e sendo sincera o tempo todo, tanto com você quanto com seu companheiro.
“O trabalho formal, de 8h diárias, incluindo duas horas de almoço, mas duas a quatro horas de transporte, já soma mais de 60 horas por semana dedicadas apenas à esfera profissional. As horas de sono ocupam outras tantas. E os casais raramente ocupam 10% do tempo que gastam trabalhando com atividades sexuais”, expõe o psicólogo.
Que tal dar um pouquinho mais de atenção ao sexo para conseguir resultados mais efetivos, prazerosos e ter uma vida sexual mais feliz? Não deixe o sexo ser apenas a atividade que precede o sono e busque sua plena realização sexual.