O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recusou oficialmente um pedido dos Estados Unidos para classificar as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A solicitação foi feita por representantes do Departamento de Estado norte-americano durante uma reunião em Brasília, como parte da política externa da administração Donald Trump, voltada ao combate ao crime organizado internacional e à imigração ilegal.
Segundo fontes próximas ao encontro, os representantes norte-americanos argumentaram que ambas as facções possuem atuação transnacional, com presença registrada em outros países da América Latina e conexão com rotas internacionais de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. A medida teria como objetivo fortalecer o combate conjunto às redes criminosas que ameaçam a segurança hemisférica.
No entanto, o Brasil optou por não alterar sua classificação jurídica atual, que considera tais grupos como organizações criminosas, mas não terroristas. A decisão foi baseada em fundamentos técnicos e jurídicos, segundo o Itamaraty, que destacou a importância de preservar os marcos legais nacionais e evitar alinhamentos automáticos a estratégias estrangeiras.
“A categorização de grupos internos como terroristas pode trazer implicações jurídicas e diplomáticas sérias, além de não representar necessariamente um avanço no combate ao crime”, afirmou um diplomata brasileiro sob condição de anonimato.