“GRANDES SELEÇÕES TÊM QUE SER DIRIGIDAS POR UM TÉCNICO LOCAL”, AFIRMA PARREIRA

Ex-coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira falou sobre diversos assuntos envolvendo a Seleção e revelou não gostar muito da ideia de ver um treinador estrangeiro à frente do Brasil. O braço direito de Luiz Felipe Scolari no Mundial de 2014 encarou a demissão com naturalidade. “Eu acho que isso foi feito com a maior naturalidade. Eu acho que o cargo de técnico da seleção brasileira, da comissão técnica de um modo geral, sempre considerei como um cargo com prazo de validade, de uma Copa até outra. Ganhando ou perdendo. Ganhando, se você for inteligente, sai, como aconteceu comigo com o Felipão (…)

“Não houve nenhum tipo de constrangimento”, disse para a ESPN Brasil. Parreira também falou sobre a chance que foi ventilada pouco depois da vexatória derrota para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, de que a comissão técnica do Brasil seria mantida: “Não sei, esse assunto nunca foi falado. Desde que assumimos, e a gente nunca conversou com a direção da casa, ficou acertado que após a Copa a gente iria voltar para conversar, mas nunca o Felipão, eu e a comissão técnica fizemos planos pós-Copa. Terminada a Copa, a gente conversaria com a CBF”. “Nós temos que fazer talvez como os alemães, que se prepararam há dez anos. Deram a continuidade a um trabalho (…) Agora nós temos um ciclo de quatro anos, de 2014 até 2018.É hora de implementarmos um trabalho visando a próxima Copa do Mundo”, opinou Parreira, que não mostrou muito ânimo ao comandar a possibilidade de um estrangeiro comandar a seleção brasileira. “Eu acho que não há necessidade. Veja bem, um técnico estrangeiro em qualquer seleção… não deu certo na Inglaterra”, lembrou o treinador, que citou Sven-Göran Erikson e Fábio Capello, que não tiveram sucesso com o English Team. “Erikson, o sueco, foi um fracasso total. Trouxe o Capello, um fracasso maior ainda. Grandes seleções têm que ser dirigidas por um técnico local”. “Imagina um técnico europeu chegando aqui no Brasil, tendo um dia para trabalhar e enfrentar a Colômbia (…) Em seis jogos, ele perde três e já vão começar a questionar os métodos de treinamento dele. Ele não tem nem tempo de conhecer a estrutura (…) o cara que chegar aqui, de fora, vai sofrer muito. Até ele começar a entender, já era”. (Goal)