A banana não está em alta apenas nas redes sociais. Até março, o preço da banana subiu 13,55% em São Paulo nos últimos 12 meses, segundo a Fipe/USP. O aumento equivale ao dobro da inflação oficial, medida pelo IBGE (IPCA), que acumulou alta de 6,15% no mesmo período. Desde domingo, a banana invadiu as redes sociais e virou símbolo do debate contra o racismo. Tudo começou quando jogador brasileiro Daniel Alves, jogando pelo Barcelona, comeu uma banana atirada por um torcedor do Villarreal durante uma partida do Campeonato Espanhol. Nas feiras livres, os vendedores de banana dizem que a polêmica não influenciou os preços. Mas, segundo eles, no Brasil a banana tem menos risco de ser atirada em campo: Desde o início do ano, o preço já aumentou 7,52%, de acordo com a Fipe. O motivo apontado pelos bananeiros para a alta acima da média é apenas o desequilíbrio entre oferta e a demanda. Ou seja: há menos oferta, por queda na produção devido a condições climáticas. Roberto Fornino é vendedor de banana há 32 anos e viu pela TV o debate sobre o episódio envolvendo o jogador Daniel Alves. ‘Soube que jogaram uma banana ele comeu, e só’, comenta ele, que achou exagerada a repercussão do caso. Toda terça-feira, o vendedor arma sua barraca na Rua Ministro Godói, onde acontece a Feira de Perdizes, na zona oeste de São Paulo. Cada cacho é vendido a uma média que varia entre R$ 2 e R$ 5. Ao longo do balcão, as bananas são organizadas por tipo e tamanho: prata, nanica, ouro, maçã e da terra. Essa última, a mais cara de todas, sai por até R$ 12 a dúzia. ‘É por causa do frete, pois vem lá da Bahia’, justifica.