Irlandês diz ter cartas na manga para principal arma do brasileiro e afirma que seus oponentes são todos iguais

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Foto: Evelyn Rodrigues

Os chutes na perna de José Aldo já serviram para devastar com o jogo de diversos adversários. Entretanto, Conor McGregor deixou claro que essa não é uma preocupação dele para a luta principal do UFC 194, pela unificação do título dos pesos-penas, que acontecerá no próximo sábado. O irlandês foi além e disse, em conversa com jornalistas na semana passada, que o brasileiro pode cometer um erro se apostar neste golpe e que “talvez queira que ele use seus chutes”.
– Talvez seja um engano (Aldo usar seus chutes na perna). Talvez eu queira que ele use seus chutes. Talvez eu tenha cartas na minha manga e quero usar isso, mas estou preparado para essa luta. A cada luta me torno melhor. Estou melhor para essa luta do que estava na passada. E na passada estava muito melhor do que na anterior. Hoje estou muito, mas muito melhor do que antes. A cada luta você vai ver uma coisa nova, estou melhorando, com mais foco e experiência – disparou o falastrão.

Sempre afiado nas provocações, McGregor disse que não vê diferença entre seus oponentes, já que todos acabam entrando em pânico após trocar golpes em pé com ele e partem para a luta agarrada.
– Todos eles são iguais. Nós entramos lá, trocamos golpes, eles entram em pânico e quando um ser humano entra em pânico, o seu primeiro instinto é agarrar. Não importa se eles treinam assim ou não, quando eles levam um soco meu, eles tentam me agarrar e não querem mais apanhar. Nessa luta, eu vou ter uma grande performance, eu não vou apenas vencer o José, eu vou envergonhá-lo lá dentro – prometeu.
Feliz com o cinturão interino, Conor mostrou-se satisfeito por ter enfrentado Chad Mendes em seu último combate e poder chegar como campeão contra José Aldo, buscando a unificação do título da divisão até 66kg.
– Tudo acontece por uma razão. Aquela luta (contra o Chad) me deu a oportunidade de silenciar muitas pessoas que diziam que eu estava sendo protegido, que o UFC estava me protegendo desse tipo de adversário, o wrestler americano. Eles diziam: “Não há como eles o colocarem para enfrentar um wrestler, porque ele é uma mina de ouro”. Eu ouvi todo tipo de m*** por muito tempo. Então, eles não só me deram um wrestler americano, como me deram com duas semanas de antecedência. Todo mundo sabia que eu tinha tido um dos camps mais duros de toda a minha carreira. No fim das contas foi uma oportunidade e fiquei muito feliz com como as coisas se desenharam. Completou-se um ciclo e sou ainda maior hoje. Eu sou campeão. Fui campeão em duas divisões de peso na organização anterior e agora sou o campeão nessa organização. Eu já tenho o título de “campeão mundial”, assim como ele (Aldo). Agora nós vamos unificar os cinturões. Tudo acabou saindo perfeito.
Indo para seu sétimo compromisso pelo Ultimate, McGregor declarou que, ao entrar no octógono, sente como se estivesse se libertando de correntes e que está viciado na sensação de atuar pela organização.
– Eu amo esse negócio e tudo o que o rodeia. Quando estou indo pra o octógono, às vezes me sinto como se estivesse acorrentado e fosse tirando as correntes de mim. Ali dentro do octógono estou livre. Mas estou sim bem mais sério do que antes porque esse é um negócio muito grande e você precisa mudar sua cabeça. E é isso que eu faço 24 horas por dia, sete dias por semana. Não há limites, não tem ninguém tentando me obrigar a fazer nada, ou me mandando ir aqui ou ali, ou tentando me impedir de ir 100%. Eu sou livre, vou lá de acordo com o que quero, estou livre e essa é a minha experiência. Estou viciado nessa sensação e faço o que tiver que fazer para entrar lá dentro de novo e sentir isso mais uma vez – concluiu. (Globo Esporte)