LEI DA FICHA LIMPA É APROVADA NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA BAHIA

Após quase 11 horas consecutivas de sessões plenárias e quase três horas de interrupções para que os deputados buscassem o entendimento, a Assembleia Legislativa aprovou nessa quinta-feira (27), por unanimidade a chamada PEC da Ficha Limpa (que prevê a inelegibilidade de agente público que responder a processos judiciais) e a PEC que reduz o recesso parlamentar de 90 para 60 dias. Outras seis proposições foram aprovadas, incluindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a autorização de empréstimo de US$2,1 bilhões, durante a verdadeira maratona iniciada às 9h. A pauta de votação foi zerada antes do recesso que começa na próxima segunda-feira (1/6), graças ao acordo assinado entre os líderes do governo, Zé Neto (PT), e da oposição, Elmar Nascimento (PR), garantindo a dispensa de formalidade regimental necessária para a apreciação das matérias. “A conhecida Lei da Ficha Limpa, ainda que objeto de intensas polêmicas jurídicas, contribuiu de modo efetivo ao aperfeiçoamento da democracia política no Brasil, à medida que exclui dos processos eleitorais pessoas objeto de condenação criminal em sentença proferida por órgão colegiado”, explicou Elmar Nascimento, autor da PEC que recebeu a subscrição de 38 parlamentares.

Ele justifica que sua iniciativa estende a norma federal a todo e qualquer agente público, seja ele efetivo ou comissionado. A PEC foi relatada em plenário pelo deputado Álvaro Gomes (PC do B), que votou pela aprovação do texto alterado por uma emenda de sua autoria. A modificação no Inciso 5º do Artigo 1º, explicou ele, objetivou dar mais clareza à redação, excluindo a expressão “ou proferida por órgão colegiado”. O deputado Gaban (DEM) ocupou a tribuna para criticar a mudança, afirmando que “se abriu uma porteira para a corrupção”. Álvaro redarguiu no sentido de que a cominação dos incisos V e VI do mesmo artigo garante a efetividade da medida, só evitando a confusão que a expressão genérica “órgão colegiado” poderia gerar na aplicação da lei. Coube a deputada Maria Luiza Laudano (PSD) a relatoria da PEC quer reduziu o recesso parlamentar em 30 dias. A proposta de emenda constitucional proposta pelo deputado Elmar Nascimento com a coautoria de Zé neto e subscrição de outros 25 parlamentares definiu os meses de janeiro e julho para o recesso. O presidente Marcelo (PDT) optou por dispensar o painel eletrônico e pediu a declaração de voto de cada parlamentar para as duas PECs, que foram aprovadas com sobras de voto. Emendas constitucionais exigem 3/5 do parlamento, ou seja, 38 votos a favor. (TB)