A jovem Thais Medeiros de Oliveira, que está internada na Santa Casa de Anápolis após cheirar uma pimenta bode durante um almoço com o namorado, voltou a depender de ventilação mecânica. As informações são do boletim médico mais recente divulgado pela unidade de saúde.
Thaís havia sido entubada na sexta (3/3) e não havia apresentado febre nas últimas 24h. Apesar dos esforços, a jovem não apresentou resposta neurológica a nenhum estímulo, o que preocupou a equipe médica. Neste domingo, a trancista apresentou piora e precisou voltar a ser intubada. A trancista foi internada no dia 17 de fevereiro após sofrer uma parada cardiorrespiratória, provocada por uma crise de asma. Thaís ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigenação.
A jovem estava na casa do namorado, Matheus Oliveira, quando, entre amigos, começaram a conversar sobre pimenta. Ela, então, teria cheirado uma pimenta bode e sua garganta começou a coçar. Logo em seguida, perdeu as forças e foi conduzida às pressas para o hospital, onde teve a parada cardíaca.
“Brincadeira” trágica
A vida de Thais Medeiros de Oliveira mudou drasticamente durante um almoço de família. A trancista de 25 anos teve uma reação alérgica grave à pimenta e, desde o dia 18 de fevereiro, está internada na UTI da Santa Casa de Anápolis (GO), respirando com a ajuda de ventiladores mecânicos. O namorado conta que um papo sobre pimenta veio à tona e Thais resolveu cheirar uma em conserva que estava na cozinha da sogra. Na mesma hora, ela começou a se queixar de coceira na garganta.
“Ela levantou, pegou a bombinha, porque ela tem asma, deu duas puxadas, e depois tomou um antialérgico, mas não resolveu. Ela foi amolecendo”, contou Matheus em entrevista ao UOL. A trancista chegou ao hospital já com parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimada. Apesar do boletim médico informar que a jovem apresentou melhoras nas últimas 24h, o quadro dela ainda é grave e Thais segue sedada, para proteção cerebral, uma vez que não apresenta resposta neurológica.
Cheirar pimenta é perigoso?
Não. Médicos alegam que a alergia à pimenta é rara, mas pode acontecer. Segundo alergistas, outros alimentos são mais propensos a desencadear reações alérgicas graves, como trigo, frutos do mar e ovos. Acontece que Thais Medeiros tinha asma, um fator que complica quadros de alergia. “Você pode desenvolver alergia em qualquer idade, mesmo já tendo ingerido [uma determinada substância] e não ter tido nenhuma alergia, pois o sistema imune está em constante transformação”, explicou Brianna Nicolletti, alergista e imunologista do Hospital Albert Einstein, à CNN.
No caso da pimenta, a substância alergênica é a capsaicina. É ela que causa aquela coceirinha no nariz e vontade de espirrar quando cheiramos uma pimenta mais ardida, sabe? Quanto mais forte a pimenta for, maiores os níveis de capsaicina na composição e, consequentemente, maiores as chances de um quadro alérgico se manifestar. A conserva cheirada pela trancista era feita com pimenta-bode, um dos tipos mais fortes, ganhando da jalapeño e da dedo-de-moça. As pimentas que costumam causar mais processos alérgicos são a pimenta-do-reino, a malagueta e a pimenta-da-jamaica.
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