Mancha amarela no mar de Abrolhos no sul da Bahia é dissipada

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Manu Dias | Divulgação

As manchas amareladas que apareceram no mar de Abrolhos, no último dia 7 de janeiro, se dissiparam. Segundo o secretário de Turismo do município de Caravelas, no sul da Bahia, Flávio Negrão, as manchas não foram mais avistadas nos últimos sobrevoos na região.
A mancha foi levada para análise, pois acreditava-se se tratar de sendimentos das barragens de rejeitos de Santarém e Germano, no município mineiro de Mariana. O resultado só sairá no dia 20 de janeiro.
O secretário não descarta, porém, a possibilidade de os sedimentos alcançarem a região no inverno. “Nossa preocupação é permanente”, disse, em entrevista ao Estadão Conteúdo. Técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fizeram novas coletas de amostras na segunda-feira, 11, para novas análises.

Samarco não cumpre prazo
Mesmo com o prazo ampliado pela Justiça em quase um mês, a mineradora Samarco não conseguiu entregar na data prevista o estudo de análise de rompimento, o chamado Dam Break, das barragens de rejeitos de Santarém e Germano, no município mineiro de Mariana.
As estruturas ficam próximas do reservatório de Fundão, que se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado, causando 17 mortes – há dois desaparecidos – e provocando o vazamento de cerca de 35 milhões de metros cúbicos de lama.
A mineradora Samarco havia conseguido efeito suspensivo da decisão de primeira instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que concedia apenas três dias para elaboração do documento. Por decisão do desembargador Afrânio Vilela, da 2.ª Câmara Cível, que considerou a complexidade do trabalho, o prazo foi prorrogado até o sábado passado, com multa diária de R$$ 1 milhão em caso de descumprimento por atraso.
Por se tratar de um sábado, o relatório poderia ser encaminhado na segunda-feira, o que não aconteceu. A empresa informou que recebeu o estudo na noite de segunda, mas que ainda faz ajustes no relatório para encaminhá-lo às autoridades “o mais rápido possível”.
O Dam Break é o conjunto de análises matemáticas, de solo e geológicas das cercanias que determina os riscos de tragédias como a de novembro, além de avaliar as áreas potencialmente em risco e embasar os planos de emergência. No caso da barragem de Fundão, o documento se mostrou defasado e incompleto, já que não levou em conta a possibilidade de a lama chegar a mais de 60 quilômetros do local da tragédia, além de ignorar os efeitos de mudanças feitas na estrutura do reservatório.