MARATONA OU RAPIDINHA? TEMPO NEM SEMPRE É IMPORTANTE NO SEXO

Quanto tempo dura uma relação sexual satisfatória? Não existe resposta única ou certa para essa pergunta. Porém o tempo do prazer pode ser bem diferente daquele da imaginação.
Uma pesquisa conduzida em 2008 pela Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com terapeutas sexuais norte-americanos e canadenses, concluiu que 3 a 7 minutos é uma duração adequada e de 7 a 13 minutos, desejável. Abaixo disso, os entrevistados classificaram o ato sexual como muito curto e, acima desse intervalo, muito longo, contrariando a fantasia popular de que sexo bom dura horas.

“Não sendo uma ejaculação precoce, o tempo é secundário”, acredita a psicóloga Heloisa Fleury, que faz parte da equipe do Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade), ligado ao Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo), e do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, que oferece atendimento clínico e cursos para profissionais de psicologia.
Heloisa diz que é comum no imaginário de homens e adolescentes a ideia de que o sexo precisa durar bastante para ser bem apreciado. Entretanto, a psicóloga destaca que a satisfação não se mede pelo relógio, e que para a maioria das mulheres chegar ao orgasmo são necessários outros fatores, como clima, contexto e habilidade do parceiro. “Esses fatores são mais importantes do que o tempo do coito. Muitas mulheres até se incomodam quando o tempo da penetração é muito longo”, afirma.
A funcionária pública Simone (nome fictício), de Brasília (DF), que vive um relacionamento há 10 anos, passou por esse problema. Ela conta que suas transas com o marido demoravam de uma hora e meia a duas horas, já que ele possuía um enorme controle da ejaculação. “Ficava muito cansativo, chega uma hora que nem o físico aguenta”, lembra.
Simone diz que, além de cansada, sentia-se frustrada pela sensação de fazer tudo que podia para dar prazer ao marido, mas sem conseguir levá-lo logo ao orgasmo. Por outro lado, ela descobriu que ele agia assim porque gostava de prolongar a fase anterior ao clímax. Conversando, o casal conseguiu chegar a um meio termo. “Passamos a prestar mais atenção às necessidades do outro. Ele percebeu que o excesso de tempo mais me cansava do que divertia. E eu percebi que para ele também era importante esse tempo antes da ejaculação. Ambos cedemos”, revela Simone.