Neste sábado é comemorado o Dia Mundial do Coração. Aproveitando a data, os especialistas Gisele Pavin (coordenadora de nutrição da Unilever Brasil) e Raul Dias dos Santos (diretor do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo) alertam para os cuidados que devem ser tomados para evitar as doenças cardiovasculares, responsáveis por um terço das mortes de brasileiros todos os anos. Santos explica que as doenças mais comuns relacionadas ao coração são as coronárias como o entupimento de artérias e angina (falta de oxigênio no órgão), coração dilatado e arritmias. Gisele complementa afirmando que o infarto e o AVC (acidente vascular cerebral) também são responsáveis por grande parte das mortes de brasileiros por doenças relacionadas ao coração.
“Normalmente, todas essas doenças estão relacionadas a fatores de risco silenciosos”, diz Gisele. Pessoas mais velhas, ou que têm maus hábitos alimentares, são sedentárias, fumam, têm diabetes ou pressão alta estão no grupo de risco, completa. Entretanto, ainda há outro fator que oferece ainda mais riscos para o entupimento de artérias de acordo com Gisele: o colesterol. O especialista afirma que ter o nível de colesterol alto pode significar má qualidade de vida e exige mudanças nos hábitos. Entretanto, pode também ser genético (hipercolesterolemia familiar) e, nesses casos, o colesterol costuma ser mais elevado do que o não genético. “Esse tipo de colesterol levava as pessoas à morte. Hoje, se for diagnosticado precocemente, pode ser tratado como um paciente comum”, diz ele. O médico diz que apesar dos fatores silenciosos, existem certos sintomas característicos das doenças do coração como canseira, falta de ar, dor no peito, palpitação, fadiga e inchaço no corpo.
Prevenção
O ideal é que as doenças sejam identificadas via exames antes de aparecerem esses sintomas. “Pelo exame de sangue é possível detectar os fatores de risco como nível de colesterol e diabetes. Com o ecocardiograma, medicina nuclear e tomografia é possível detectar alguma doença”, diz o médico. A nutricionista diz que não há um período específico para refazer os exames. “Para o paciente que faz os exames e tem índices normais, o médico geralmente recomenda a volta em até um ano. Para os que tem fatores de risco o tempo costuma diminuir para seis meses”, diz. Alguns pacientes, normalmente os que já tiveram infartos ou operaram o coração fazem o controle da doença por meio de remédios. Entretanto, Santos ressalta que quem tem fatores de risco leves podem controlá-los mudando o estilo de vida. Gisele indica a ingestão de alimentos feitos a partir de óleos vegetais (como trocar a margarina ou manteiga por creme vegetal), ingerir muitas frutas, verduras, e dar preferência para as gorduras boas (insaturadas) ao invés das más (saturadas e trans). Além disso, praticar exercícios físicos e não fumar contribuem para diminuir os riscos de doenças no coração. (Band)
