MELHORA EM TRATAMENTO DE ENXAQUECA DEPENDE DE EXPECTATIVA DO PACIENTE, DIZ PESQUISA

O resultato de um tratamento de saúde não depende apenas da ação do medicamento. Depende também da expectativa que o paciente tem em relação ao tratamento – se serão eficientes ou não. Segundo pesquisa sobre enxaqueca, publicada na revista Science Translational Medicine, essa expectativa pode influenciar o tratamento mesmo se um paciente sabe que toma placebo (imitação de remédio). De acordo com os pesquisadores, para os pacientes, o sucesso de um tratamento é gerada pelas informações que o médico prescreve.

Assim, aumentar a confiança dos pacientes eleva a eficácia de um remédio. “O sucesso de uma terapia significa crises de enxaquecas menos duradouras e, consequentemente, uma menor necessidade de medicamentos”, informa Rami Burstein, um dos autores do estudo. Para chegar à constatação, os cientistas compararam o efeito de remédios e placebo em diversos ataques de enxaquecas sofridos por 66 pacientes – 450 crises ao todo ao longo do estudo. No início, os pacientes não receberam nenhum tratamento para controlar a enxaqueca. Eles relataram as dores que sentiam 30 minutos e 2h30 após o início da crise. Nos episódios seguintes de crise, os participantes foram submetidos a um entre quatro procedimentos: receberam um medicamento contra enxaqueca e sabiam que tomavam um remédio; receberam o medicamento e pensaram que fosse um placebo; tomaram um placebo e pensaram que fosse um remédio; e tomaram um placebo e sabiam que era placebo. Segundo os pesquisadores, o alívio da dor se mostrou maior entre os pacientes que foram informados que tomavam uma droga de verdade, em comparação aos que achavam que fosse placebo – embora o medicamento fosse real. A equipe também relatou que, além disso, a melhora nos sintomas foi igual tanto nos participantes que tomaram o remédio achando que fosse placebo, quanto nos casos em que receberam placebo pensando que fosse droga ativa. Informações da Veja.