MENINO ATACADO POR TIGRE FALA SOBRE O CASO E DEFENDE O PAI: “EU QUE COLOQUEI A MÃO LÁ”

O menino Vrajamany Fernandes Rocha, 11 anos, que chocou o Brasil após pular a cerca de proteção para brincar com o tigre Hu, no zoológico de Cascavel, no Paraná, falou pela primeira vez sobre o ataque que sofreu. Sem o braço direito, que precisou ser amputado, o menino garante que seu pai não teve culpa de nada que aconteceu. ” O meu pai não teve culpa. Ele não sabia que ia acontecer”, disse em entrevista ao Fantástico.
Tranquilo, o menino explicou como tudo aconteceu. “Quando eu cheguei não tinha ninguém no zoológico. Nem visitante, nem vigia. Tinha poucas pessoas. Eu já pulei a cerca para ver melhor, mais de perto. Eu estava sozinho”, explicou.
Segundo a criança, o ataque foi rápido e o tigre não pode ser considerado culpado por nada. “Só olhei para cá e ele pegou a minha mão, eu fiquei assim e já não vi mais o que aconteceu. Não é culpa dele (tigre), eu que coloquei a mão lá”, disse o menino, que já sabia que teria o braço amputado quando ainda estava na ambulância.


O caso segue sob investigação da Polícia Civil do Paraná, que ainda não determinou de quem é a responsabilidade. O pai do menino chegou a depor na última sexta (8), mas preferiu ficar em silêncio. Ele, no entanto, falou sobre o caso à reportagem. “Todas as questões que se levantaram com a posição das pessoas, eu entendo, eu compreendo as pessoas e não culpo, não julgo ninguém. Esses dez dias foram a coisa mais estranha que já em toda a minha vida. Eu e Vrajamany temos uma relação de muita cumplicidade e temos uma história que é difícil das pessoas terem a dimensão disso”, afirma Marcos do Carmo Rocha.
Nova vida

Destro, Vrajamany precisa se acostumar com sua nova realidade. “Quero voltar a fazer as coisas sozinho rápido”, conta o menino, que evita ao máximo ajuda da mãe e do padrasto.

O menino ainda não sabe se vai precisar de prótese, nem se terá condições de pagar por uma. “Já passou, não vou ficar olhando para trás, não. Agora eu quero uma prótese humanoide. É igual a um braço. Ela tem os mesmos movimentos que um braço”, disse ele, que será avaliado em um centro de reabilitação.