MENINO COM TUMOR CEREBRAL SEQUESTRADO PELOS PAIS É ENCONTRADO

MADRI – A polícia localizou neste sábado Ashya King, o menino de cinco anos que, na quinta-feira, foi retirado pelos pais de um hospital em Southampton, na Inglaterra, sem o consentimento médico.

A criança estava internada em estado grave, se recuperando de uma cirurgia para o tratamento de um tumor cerebral.

A família estava hospedada em um hotel na pequena cidade espanhola Vélez-Málaga. Os pais, Brett e Naghemeh King, foram presos e o garoto, internado no Hospital Materno Infantil de Málaga, informa o “El País”. Seu estado de saúde é estável e ele não corre risco de vida.

Seguidores da doutrina das Testemunhas de Jeová, os pais de Ashya estavam sendo procurados pela polícia britânica, que emitiu um alerta europeu de captura. A suspeita era que o menino havia sido retirado do hospital por causa das crenças dos pais, pois alguns fiéis da religião são contrários a transfusões de sangue e outros tratamentos mais incisivos.

Durante a fuga, a família se defendeu, alegando que retiraram Ashya do hospital pois queriam pagar por um melhor tratamento para o menino fora do Reino Unido. Em vídeo publicado no perfil do Facebook do filho mais velho, Brett aparece com Ashya e explica a situação do menino, assegurando que, apesar de terem sido qualificados como sequestradores, estavam apenas tentando salvar a vida do filho.


Segundo Brett, o tratamento feito no Reino Unido é muito severo para uma criança. Ele diz ter investigado o tema e está em busca de uma terapia específica que é realizada em outros países europeus. O pai alega que fora do hospital, as condições de saúde do menino estão melhores: “olhem, está muito melhor que no hospital, onde ele só ficava deitado olhando para o teto”.

No vídeo, Brett pede a oportunidade de decidir o tratamento adequando para seu filho e critica os protocolos impostos pelo hospital em Southampton onde, segundo sua versão, não é permitido fazer queixas ou propor alternativas.
– Os médicos me ameaçavam dizendo que se eu continuasse questionando os procedimentos a segurança seria chamada para me retirar do lado do meu filho – disse o pai.

A maior preocupação das autoridades é que o menino foi submetido a uma cirurgia na semana passada e ainda estava em estágio de recuperação. A criança ainda está conectado a uma máquina de alimentação e o temor era que a bateria acabasse, o que poderia causar a morte de Ashya.



O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS