MORTA A FACADAS, ESQUARTEJADA E COM RÉU CONFESSO, A MEMÓRIA DE UMA MULHER ESPERA JUSTIÇA HÁ 11 ANOS. O BRASIL TEM JEITO?

O que mais é preciso para se fazer justiça num caso em que alguém é réu confesso de ter matado a facadas uma mulher, sua suposta amante, esquartejado o corpo em nove pedaços e, com a mesma destreza de quem era cirurgião plástico, destruído as impressões digitais do cadáver para impedir seu reconhecimento?
Pois bem, é por esses crimes que o ex-médico Farah Jorge Farah, de São Paulo, passou quatro anos preso, até que, em 2007, seus advogados conseguiram sua liberdade. Em 2008, foi condenado a 18 anos de cadeia, mas permaneceu solto e ainda obteve o direito a novo julgamento.
De lá para cá, passados CINCO ANOS, o novo julgamento já foi adiado cinco vezes — a última delas hoje, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, e marcado para o dia 12 de maio.
O crime foi cometido em janeiro de 2003 — ou seja, a memória de Maria do Carmo Alves, sua família, seus amigos e quem não se conforma com a falta de vergonha na cara que existe no Brasil aguardam há onze anos que se faça justiça.
A Justiça brasileira tem jeito? Este país tem jeito?