REALIZADO O 1º CASAMENTO HOMOAFETIVO DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS

A família homoafetiva é uma dentre as várias formas de família. Ela parte da união, por vínculo de afeto, entre pessoas de mesmo sexo. Recentemente no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a união civil entre pessoas do mesmo sexo, conferindo-lhes todos os efeitos jurídicos previstos para União Cível. Mas para isso, várias polêmicas vieram à tona transcendendo a discussão sobre casamento homossexual e preconceito, convidando também à reflexão sobre liberdade de expressão religiosa. 


Na última quinta-feira (31), essa foi a temática abordada no programa Estúdio Livre da Rádio Andaiá FM, que contou com a presença de vários convidados, entre elas as recém-casadas Juçara de Jesus Barbosa e Joilsa Renaty Sales Barbosa. Por causa delas, Santo Antônio de Jesus realizou o primeiro casamento homoafetivo da comarca, que compreende os municípios de Dom Macedo Costa, Varzedo e Stº Antônio.

Dentre o que foi discutido, Juçara falou sobre a dificuldade em assumir-se perante a sociedade, apesar do bom aceitamento da família, os vizinhos referiam-se a ela como “sapatão”, o que continua sendo comum até os dias de hoje. “Me assumi com 16 anos e resolvi ter um filho, fruto de uma inseminação artificial aos 28. Naquela época a gente era discriminado, quando alguém queria usar alguma referência falavam assim: ‘a casa de tal pessoa é ali, perto da casa de dona Maria que tem uma filha que é sapatão’. Hoje, por mais que ainda exista, a discriminação é menor”, relatou Juçara.

Indagada sobre a decisão de casar legalmente, Joilsa responde que tudo começou por uma brincadeira, “Juçara nunca pedia as noivas em casamento e como eu tinha essa vontade acabei pedindo e ela aceitou. Alguns dias depois falamos mais claramente sobre a ideia e aqui estamos. Juçara vem de um grupo de mulheres (LBL) e tenta diariamente quebrar barreiras, esse era um sonho dela e meu. Em uma cidade como Santo Antônio de Jesus as pessoas ainda tem medo do que a sociedade vai achar. Ficam todos acuados esperando o outro tomar a iniciativa, teve que ser a gente”, disse.