REVISTA TIME DIZ QUE BRASIL TERÁ ‘GRANDE RESSACA’ APÓS A COPA

O site da revista americana “Time” publicou um artigo esta semana dizendo que a Copa do Mundo deixará como legado uma conta astronômica a ser paga pelo Brasil. O artigo entitulado “Prepare-se para uma grande ressaca, Brasil” é assinado por Andrew Zimbalist, professor de economia da Smith College, universidade dos Estados Unidos.
Segundo ele, o país está dando uma festa que, no fim, custará entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões. Que a maior parte dos lucros será destinada à Fifa e o país-sede ficará apenas com os gastos de turistas, estimados em US$ 500 milhões. “Não é uma equação muito favorável”, diz o articulista (leia o artigo original, em inglês).

Zimbalist argumenta dizendo que outros países organizaram a Copa com gastos menores e conseguiram cumprir as regras impostas pela entidade mundial do Futebol, que é construir, no mínimo, oito modernos estádios, com capacidade mínima para 40 mil pessoas. No entanto, segundo ele, o Brasil quis fazer 12 estádios que, segundo ele, custaram mais que o previsto no orçamento e não serão utilizados com tanta frequência após o campeonato. 
O texto cita também as obras de infraestrutura realizadas, citando que, para que algumas delas saíssem do papel, houve a necessidade de desalojar famílias pobres. “Além de uma estimativa de 250 mil brasileiros pobres serem realocados de suas casas, o país sofre de uma deficiência grave no sistema de saúde pública, além de ter educação e transporte público inadequados. Não é de se admirar as manifestações maciças e greves que acompanharam a preparação para a Copa do Mundo”, escreve Zimbalist.
Ele finaliza dizendo que tudo vai acabar em poucas semanas e que o governo terá uma fatura enorme para pagar. “A ressaca da festa está chegando”, conclui.
  • Jornal holandês registra em áudio e fotos como Copa afetou vizinhos do Maracanã

    O jornal holandês “NRC Handelsblad” publicou, em seu site, uma reportagem multimídia sobre os impactos que a Copa do Mundo tem tido nas pessoas que vivem e trabalham no entorno do Estádio do Maracanã. O palco da final da Copa, em 13 de julho, foi inteiramente reformado, e o jornal enviou seus repórteres às ruas e bairros vizinhos para conversar com as pessoas que vivem ali sobre o que mudou.
    Batizado de “Quem são os campeões?”, o documentário online foi feito com fotos, mapas, texto e gravações de áudios. Embora seja narrada em holandês, o áudio dos brasileiros entrevistados pelos jornalistas foi mantido em português (clique para ver o documentário).
    Entre as pessoas ouvidas pela reportagem estão donos de bares, comerciantes, moradores do entorno, um agente de polícia, um guia que trabalha na região, um torcedor antigo do Vasco da Gama e até um morador de rua.
    O NRC afirmou ainda que pretende fazer a mesma reportagem com moradores de bairros nos entornos dos estádios de Joanesburgo, na África do Sul, e em Leipzig, na Alemanha, para tentar registrar as histórias pessoais de quem sofreu diretamente os impactos das Copas de 2010 e 2006, respectivamente. “Aí vamos ver quem são os campeões agora”, explicou a reportagem.

  • por G1

    ‘The Economist’ diz que Copa é sucesso, mas não ajuda a economia do Brasil

    the economistA revista inglesa “The Economist” publicou reportagem na edição impressa desta semana que analisa a primeira fase da Copa do Mundo no Brasil. O texto com o título “O veredicto do intervalo”, diz que o torneio já um sucesso, do ponto de vista desportivo, mas afeta negativamente a economia do país. “Em geral, economistas concordam que grandes eventos esportivos têm retorno financeiro insignificante”, relata a revista (leia a reportagem original, em inglês).
    A reportagem cita possíveis prejuízos que a Copa teria causado na produtividade da indústria, citando um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de que os feriados decretados em dias de jogos gerariam uma perda de R$ 30 bilhões, montante maior que o retorno esperado pelo governo com a vinda de turistas ao Brasil (R$ 6,7 bilhões).
    O texto afirma que obras de infraestrutura realizadas para o Mundial melhoraram a vida dos moradores, como a construção de um novo aeroporto para atender a população de Natal, obras viárias em Recife, Brasília, Curitiba e Salvador, e um sistema de gerenciamento de emergências que auxiliou o atendimento de vítimas das chuvas no Rio Grande do Norte. 
    Porém, segundo a “The Economist”, nem tudo ficou pronto a tempo de receber os visitantes. A reportagem cita um estudo de uma pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, afirmando que dos dez projetos de mobilidade urbana previstos para Curitiba, apenas um foi concluído. “Em outros lugares, muitas obras foram concluídas nos acréscimos”, explica o texto.
    Ainda segundo a revista, mesmo com o trânsito pesado em ruas de São Paulo ou Natal, os torcedores encontraram tudo funcionando. Um dos turistas, o americano Adrian Richardson, disse ter ido ao Nordeste para o torcer pelos Estados Unidos, e, segundo a revista, fez algumas comparações com o Mundial da África do Sul, de 2010. Segundo ele, as estradas são piores e há um policiamento maior. “Mas as partidas estão melhores”, complementa.
    De fato, segundo a revista, a segurança foi reforçada após protestos realizados na época da Copa das Confederações, em junho/julho de 2013, que reuniram milhares em várias cidades. Foram adicionados 147 mil policiais e soldados e “não é de se admirar que as manifestações anti-Copa têm sido, até agora, tranquilas”.
    O texto faz uma reflexão sobre o impacto da Copa nas eleições presidenciais deste ano. Sobre a presidente Dilma Rousseff, a “The Economist” diz que o bom funcionamento da Copa não contribuiu para uma queda de sua popularidade, e apresenta uma pesquisa do Ibope, feita dias antes do início da competição, que apontava, pela primeira vez, que os brasileiros consideravam que o governo atual não fazia um bom trabalho.
    A revista britânica conclui dizendo que governantes locais, tanto prefeitos, como governadores, foram os que mais conseguiram “marcar pontos” em comparação com a presidente. O texto cita o prefeito de Salvador, Antônio Magalhães Neto (DEM) e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos opositores de Dilma.

  • O site da revista americana “Rolling Stone” publicou nesta quinta-feira (26) um extenso relato sobre a prostituição no Rio de Janeiro. O autor Amos Barshad visitou desde as luxuosas termas Centaurus, na Zona Sul, lugar que ganhou notoriedade internacional após ser visitado pelo cantor Justin Bieber, até a Vila Mimosa, área mais popular que abriga prostitutas há cerca de um século na região central da cidade.
    O texto conta em detalhes como funcionam os bordéis e como a Copa do Mundo tem afetado o movimento. Na Vila Mimosa, por exemplo, as trabalhadoras do sexo reclamam de uma queda no movimento. O texto diz que os brasileiros deixaram de frequentar o local para se dedicar a ver os jogos, enquanto os estrangeiros não se atrevem a ir para lá por ser num local mais decadente.
    O texto também entra na questão de por que as autoridades não fecham os prostíbulos se sua localização é amplamente conhecida e a exploração da prostituição é proibida no Brasil (ou seja, a prostituta pode se prostituir, mas um terceiro não pode ganhar com isso, como fazem os bordeis).
    Rolling Stone

  • por G1

    ‘Le Monde’ diz que comunidades indígenas da Amazônia vivem em situação ‘frágil’

    Indígenas Le MondeO jornal francês Le Monde publicou nesta quinta-feira (26) uma reportagem sobre a relação entre comunidades indígenas da Amazônia com a Copa do Mundo que está sendo disputada no Brasil. Segundo o jornal, a situação dos indígenas no Brasil é frágil. “Na cerimônia de abertura, em São Paulo, o gesto de protesto de um jovem indígena,ofuscada pela televisão, era apenas o símbolo do mal-estar que o país quer silenciar”, diz o texto (leia o original, em francês).
    A reportagem afirma que “para muitos povos indígenas, as luzes da cidade continuam a atrair. Enganados por essasfalsas promessas, incapaz de adaptar-se à vida da cidade, eles sobrevivem com artesanato e alguns subsídios, às vezes afundando no alcoolismo. Muitas mulheres fazem a viagem a partir da floresta, tornar-se empregadasdomésticas. Incapazes de se defender, muitas são exploradas pelos seus empregadores. Como último recurso, algumas delas se prostituem para sobreviver.”
    A reportagem ainda conta a história do indígena Bernardino Alexandro Pereira, da tribo Tikuna, que mora em Manaus. “Bernardino e sua família não pode pagar um bilhete, mas eles nunca perder um jogo na TV. Eles até formaram um time de futebol, principalmente composta por nativos. Eles jogam  “mais ou menos“, diz ele em um pequeno campeonato distrital.”


    Minhocão, em SP, é ‘combinação de feiura e beleza’ aos domingos, diz ‘NY Times’

  • Como parte de sua cobertura de Copa do Mundo, ‘The New York Times’ publicou reportagem sobre o Minhocão, o famoso elevado que liga o Centro à Zona Oeste de São Paulo, e que, se fica lotado de carros em dias úteis, aos domingos se transforma em área de lazer ao ter o tráfego interrompido.
    O texto de Sam Borden descreve o papel ambíguo da estrutura, que muitos querem ver demolida por ser feia e ter derrubado os preços dos imóveis ao redor, mas também recebe muitos visitantes que ali jogam bola, passeiam com cães, encontram os amigos. Aos domingos, o Minhocão vira “uma sedutora combinação de feiura e beleza”, escreve. A reportagem é acompanhada de um ensaio fotográfico de Zackary Canepari, que mostra os personagens de um domingo no elevado.Menina de 9 meses brinca no Minhocão