“A cidade tem outra cara, porque a polícia se faz presente”. Afirma o delegado.
Há pouco tempo como delegado titular da cidade de Presidente Tancredo Neves, José Carlos Feitosa Ramos, já colhe os frutos de um trabalho os- tensivo. O roubo e furto de motocicletas, além da poluição sonora causada pelas descargas delas, eram os maiores problemas enfrentados pela população antes da chegada do delegado. Graduado em Direito e pós-graduado em Criminologia, José Carlos compreendeu que a apreensão de motos e investigação aprofundada poderia ser a solução para redução de muitos crimes, inclusive do tráfico de drogas.
“Logo que cheguei, fui muito criticado pelas apreensões de motos, mas já entendia que estava combatendo a indústria do crime de furto e roubo de motos. As apreensões ajudaram a reduzir tanto estes crimes quanto o de poluição sonora. Aqui tinha muita moto roubada, a turma barbarizava e conseguimos diminuir em 80% este delito, porque antes de liberar a moto apreendida fazemos uma profunda investigação. Havia muitos casos de poluição sonora também, por conta das descargas abertas. Agora, em consulta à população, ela reconhece que houve redução da criminalidade”, contou.
Com essa considerável queda, a missão de José Carlos agora é o combate ao tráfico de drogas. Em reunião com o prefeito da cidade, vereadores e representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas, o delegado disse que exterminar esta modalidade delituosa era quase impossível, mas se comprometeu em dar seu melhor e mudar a situação.
“As autoridades da cidade têm nos ajudado e já conseguimos avançar. Quando cheguei, havia seis pessoas presas, depois esse número aumentou para vinte e hoje temos uma média de seis novamente. Já prendemos os cabeças de duas ou três facções. grandes causadoras de homicídios da região. Realizamos grandes apreensões de maconha, cocaína, craque, balanças de precisão e prisão de quatro as- saltantes. Ou seja, estamos resolvendo a situação”, concluiu.
O efetivo da Delegacia de Presidente Tancredo Neves é muito reduzido, hoje conta apenas com um investigador e dois escrivães, um deles cedido pela prefeitura. Com equipe pequena, o delegado fica limitado a realizar suas funções, tendo que se dividir entre trabalho de campo e administrativo. A Policia Militar tem se mostrado grande parceira da Policia Civil “Hoje, nossa maior necessidade é de servidor. Infelizmente, não posso estender o trabalho até altas horas da noite para não sacrificar os poucos servidores que a delegacia tem. Algumas vezes passamos do horário, mas não posso fazer disso uma rotina. Já com a PM, principalmente sobre os horários dos flagrantes, e ela tem nos ajudado muito. A população quer o problema resolvido, não quer saber se a competência é da PC ou da PM, então essa parceria funciona bem”, revelou.
O delegado também almeja melhorar o serviço da polícia e tem projetos para a cidade, a exemplo da criação de uma Sala Lilás. “Infelizmente, contamos com registros de violência doméstica e estupro de vulneráveis. A Sala Lilás seria ideal para realizar os atendimentos às vítimas de forma adequada”, pontuou.
A Sala Lilás é um espaço humanizado e acolhedor, instalado dentro de delegacias, com o objetivo de proporcionar privacidade às mulheres vítimas de violência no momento do depoimento. Em um ambiente propício, as vítimas ficam mais à vontade e seguras para relatar os fatos.
Idade não foi empecilho
José Carlos foi aprovado para delegado no concurso de 2013. Obrigado a enfrentar uma batalha judicial para ser aprovado, ele venceu também o preconceito pela idade. Com 50 anos, o delegado desempenhou bem o TAF (teste de aptidão física). “Mesmo sendo o mais velho da turma, eu me sentia jovem”, contou.
A idade nunca foi impeditivo para que o sonho de ser um policial se realizasse. Com conhecimentos adquiridos nos cursos de Contabilidade e Direito, que lhe garantiram sucesso nas provas teóricas, as ava- liações que exigiam esforço físico nunca foram obstáculos, graças a uma vida motivada pela atividade física frequente.
Até os dias de hoje o delegado inclui em sua rotina a prática de atividade física, que está dividida entre as artes marciais, a musculação e a corrida. Assim que chegou a Presidente Tancredo Neves já foi logo em busca de locais para a prática de esportes.
O colecionador de medalhas em competições de categoria individual e em grupo revela que o segredo está em alimentação balanceada, constância na atividade física e não ter vícios. “Atividade física e boa alimentação são essenciais para ter uma sobrevida maior. Não bebo e ter uma vida voltada para a prática de esportes é o que me faz ter vigor e disposição para trabalhar muito, mesmo após os 50”, revelou José Carlos Feitosa Ramos.
Revista: Destaque Policiais