SANTO AMARO: PREFEITO TORRA R$ 1 MILHÃO EM MERENDA, MAS CRIANÇAS FICAM COM FOME

O vereador da oposição na Câmara Municipal da cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, procurou oBocão News nesta terça-feira (1º) e denunciou o estado de calamidade que as crianças e adolescentes que frequentam creches e escolas do município enfrentam. O vereador Justino de Oliveira (PSD) apresentou à reportagem um relatório de inspeção feito pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) nos centros educacionais do município administrado pelo prefeito Ricardo Machado (PT). 
Alunos ficam sem merenda e até sem almoço em escolas integrais

Segundo o documento assinado pela promotora Adriana Imbassahy, a prefeitura não cobre as três refeições diárias na creche de tempo integral Maria Botelho Gonçalves Martins, apenas envia a merenda, e o Hospital local é que está sendo o responsável pelo almoço das 63 crianças carentes. A Escola Santa Rita, que recebeu R$ 4.555,10, além de R$ 8.000 de programas federais, também esteve na mira do MP-BA. Além do estado de abandono, o órgão apontou sérios problemas com a merenda escolar: “a merenda não é enviada pela Central da Merenda todos os dias, o cardápio e o programa Mais Educação não são atendidos, não há almoço, e chegou até faltar merendas por muitos dias”.
Na Escola Infantil Anna Sironi, fiscais do MP constataram que a “alimentação enviada pela Prefeitura é insuficiente”. No relatório é apontada ainda a contratação irregular de profissionais sem concurso. Já no Centro Educacional Municipal de Acupe (Cemac) foram observadas péssimas condições de higiene no local onde os alimentos são preparados, inclusive, no dia da visita dos fiscais do MP-BA “havia uma rã em cima da pia, além de muita sujeira”.  

Outra instituição visitada foi a Escola Municipal de Acupe (Emac). De acordo com o levantamento, não há qualquer controle interno da merenda. O MP-BA apontou também que após junho, a escola ficou quase um mês sem merenda para o programa Mais Educação. E na Escola Municipal Coronel José Antonio Torres, reformada em 2009, foi concluído que o almoço não está sendo servido.