SERRALHEIRO QUE TEVE FUSCA QUEIMADO EM SP GANHA SEGUNDO CARRO.

Manifestantes entregaram neste sábado (22) um novo carro para Itamar Santos, 54 anos, dono do Fusca  que pegou fogo durante um protesto contra a Copa em São Paulo no dia 25 de janeiro. O Ford Ka azul entregue ao serralheiro foi comprado com o dinheiro arrecadado em uma ‘vaquinha’ virtual, que acumulou o valor de R$ 6.753.
Itamar já havia recebido uma Brasília amarela de um empresário de Curitiba, que havia se comovido com a história do serralheiro. Ele pretende ficar com os dois carros, que usará para transportar materiais usados em seu trabalho.
Mário Lopes, um dos organizadores da campanha de arrecadação online, afirma que os manifestantes tentaram entrar em contato com o empresário.
“A intenção era apenas de alertá-lo que caso desejasse, não seria necessário se desfazer da Brasília pois o objetivo da vaquinha da internet seria concretizado de qualquer forma.”
O Ford Ka custou R$ 5,9 mil e o resto do dinheiro também foi entregue, em mãos, a Itamar. Além do dinheiro entregue pelo grupo, o serralheiro também recebeu cerca de R$ 8 mil em doações feitas por internautas em uma outra campanha organizada pelo blogueiro Eduardo Guimarães.
“Depois vou ver o que vou fazer com o dinheiro, mas sempre tem umas coisas para fazer”, afirma Itamar.

A história
Itamar dirigia pela região da Consolação quando viu outros dois carros passarem sobre barricadas em chamas colocadas pelos manifestantes. Ele resolveu seguir o mesmo caminho, mas um colchão em chamas se prendeu ao carro.

No momento do fogo, uma criança e três mulheres também estavam no carro, segundo a filha.

O carro foi um presente do irmão, recebido há cinco anos. Um bagageiro no teto servia para transportar as estruturas de ferro feitas pelo serralheiro. Um dia antes de pegar fogo, o carro tinha passado pela inspeção veicular ambiental da Controlar e foi aprovado, segundo a família.

Vandalismo
O incêndio no Fusca foi uma das consequências dos atos de vandalismo cometidos por mascarados na região central. O ato, que começou pacífico, chegou a reunir 2,5 mil pessoas.

Entretanto, cento e vinte e sete manifestantes foram detidos e liberados no domingo (26). Eles foram presos sob a suspeita de danos na região do protesto. Black blocs destruíram vidraças de agências bancárias, concessionárias e também um carro da Guarda Civil Metropolitana (GCM).