SEXUALIDADE DE FILHO DE RONALDO FENÔMENO FAZ GAYS VOMITAREM HOMOFOBIA INTERNALIZADA


Foi só descer a timeline do Facebook nesta quarta-feira [17], que me deparei com comentários de conhecidos gays acerca da sexualidade de Ronald, o filho mais velho do ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Tudo porque o garoto, que está com 13 anos, atualmente ostenta cabelos alisados, mechas loiras e foi visto ao lado de um amigo no aeroporto, que vai passar as férias junto com a família em Ibiza, na Espanha.


As fofocas davam conta que o visual era semelhante ao de Maria Gadú, que o tal amigo era muito “suspeito” e que logo ele estaria “confundindo” mulher com travesti assim como o pai.


Porém, mais que especular a vida sexual de Ronald [que sinceramente ficou muito mais moderno com o novo visu], me surpreendi com tal discurso tortuoso de LGBTs. Afinal, será que dá para considerar alguém qualquer coisa que seja somente pela aparência? Será que somos tão retrógrados ao ponto de achar que um hétero não pode ter um amigo mais próximo? Ou alisar o cabelo? Será que ainda achamos que as travestis enganam as pessoas?


E, o pior, será que ainda vemos a homossexualidade como uma ofensa ou uma maneira de desqualificar o outro?


Essa reprodução impensada é fruto da homofobia internalizada – sim, palavrinha tão utilizada e desgastada, a qual muitos de nós reproduzimos cotidianamente. Claro! O gay nasceu e foi criado em uma sociedade heteronormativa e machista, logo está carregado de pensamentos do tipo! Ele aparece quando desqualificamos alguém da roda por “ser muito gay”, quando rejeitamos LGBTs no Facebook, quando dissemos não gostar de ver um beijo gay em público, quando assumimos preferir ser héteros, quando gritamos “Feliciano, sua passiva” em uma manifestação. Ou quando chamamos um galã de gay para tirar a virilidade dele. 


Quanto aos que “apenas” tinham a intenção de tirar uma com a cara de Ronaldo, que em 2008 se envolveu em um barraco com a travesti Andreia Albertini, saiba que a história teve um fim trágico. Quantos aqueles que acham que as pessoas devem sair do armário, talvez devam respeitar o espaço e o tempo de cada um. Afinal, que diferença faz se Ronald é gay ou não? Já para quem procura uma solução mágica para não cometer tais deslizes, pense um pouco antes das piadinhas e reflita se não está tentando combater a homofobia na via da própria homofobia.


Para Ronald, um só desejo: se joga, boas férias!

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