A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (31) que a vacina contra a dengue é uma esperança diante da epidemia da doença no país, mas não é a solução para o atual cenário epidemiológico.
A ministra explicou que a quantidade de doses disponibilizada pelo laboratório fabricante é insuficiente para atender toda a população em risco. O esquema vacinal completo é feito com duas doses, o que significa que as seis milhões de doses disponíveis são suficientes para imunizar apenas três milhões de pessoas.
“A vacina é nosso instrumento de esperança em relação a um problema de saúde pública que tem quase 40 anos. Finalmente, temos vacina. Temos que celebrar. Mas, a vacina, no quantitativo que o laboratório tem hoje para nos entregar e sendo uma vacina de duas doses, numa situação como a que vivemos hoje, não pode ser apontada como solução. Se o Ministério da Saúde fizesse isso, ele estaria errado. [A vacina] não pode ser apontada como solução para esse momento agora”, observou.
Nísia Trindade destacou que, neste momento, o foco principal é o controle dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Neste momento, agora, temos que lidar, principalmente, fazendo o controle dos focos e cuidando de quem adoece por dengue. Essas são as medidas. A vacinação vai seguir todos os critérios de prioridade que já divulgamos amplamente, definidos junto a estados e municípios, priorizando uma faixa da população. A faixa mais vulnerável é a população idosa, mas não temos vacina autorizada para essa faixa. Por isso eu digo: a vacina é um instrumento. Não é o único e não é o de maior impacto neste momento”, finalizou a ministra.
A ministra também informou que o Ministério da Saúde está em tratativas com o laboratório fabricante para aumentar a quantidade de doses disponibilizadas.