Acaso? Descaso? Culpados? Uma história que parece não ter fim

Após cinco anos, algumas das vítimas sequer receberam indenização por conta da tragédia. “O processo judicial ainda permanece em curso. O que nós observamos é a morosidade e a falta de efetividade do aparato jurisdicional. Cinco anos se passaram e as vítimas ainda não foram devidamente indenizadas”, afirmou Joseane Suzart, promotora do Ministério Público da Bahia (MP-BA) em entrevista ao iBahia.
A informação revelada pela promotora foi confirmada por Elias Teixeira dos Santos, pai de Midiã Andrade Santos, que morreu na tragédia aos 24 anos e deixou uma filha. “Nós recebemos a indenização. O governo deu uma pensão vitalícia para ela (filha de Midian) e a do seguro de torcedor está na justiça, só saiu a metade, até hoje não saiu o restante. O restante até hoje eu não recebi, não. Tá com advogado aí”, contou. A disputa em questão é com o ex-companheiro de Midiã, que não é pai da filha dela e também estava no estádio. O valor do seguro integral gira em torno de R$ 25 mil, enquanto a pensão – prevista na Lei Estadual nº 10.954 criada um mês após a tragédia – não teve números divulgados.
Sobrevivente – Além desse caso, chama a atenção também a luta do sobrevivente Jader Landerson, hoje com 22 anos, por uma indenização. Com a queda, ele fraturou três vértebras da coluna e parte da coxa esquerda, além de ter ficado com um pequeno distúrbio por causa da pancada na cabeça. O iBahia não conseguiu contato com Jader ou algum parente dele, mas a promotora que ouviu as famílias dos envolvidos na tragédia, Joseane Suzart, contou que até hoje mantém contato com os pais dele.
“Permanentemente, os pais de Jader vêm aqui (no MP-BA). Para você ter uma ideia, de 2007 até agora, 2012, nós protocolizamos cinco petições. De forma constante estamos pedindo ao judiciário que marque a audiência. Nem audiência de tentativa de conciliação aconteceu. O que as pessoas imaginam é o seguinte, a Fonte Nova está sendo reconstruída, foram absolvidos os acusados no campo criminal, que é diferente do campo cível, mas a responsabilidade não é de A, B ou C, é do poder público”, disse.