VÍTIMAS E FAMILIARES DA TRAGÉDIA NA FONTE NOVA BRIGAM POR INDENIZAÇÃO

Acaso? Descaso? Culpados? Uma história que parece não ter fim 
www.aindahoje.comO dia 25 de novembro de 2007 entrou para história do futebol brasileiro de maneira triste. Acontecia no estádio da Fonte Nova uma tragédia que mudaria o curso da vida de várias pessoas. Entre elas, familiares de sete vítimas fatais e três sobreviventes de uma queda livre de aproximadamente 15 metros. A 15 minutos do fim da partida que sacramentava o retorno do Bahia à Série B do Campeonato Brasileiro, parte da arquibancada do anel superior da antiga praça esportiva cedeu. A agonia assumiu o lugar do êxtase de maneira instantânea dentro daqueles que tomavam conhecimento do que acabara de ocorrer. Acaso? Descaso? Culpados? Uma história que parece não ter fim.


Após cinco anos, algumas das vítimas sequer receberam indenização por conta da tragédia. “O processo judicial ainda permanece em curso. O que nós observamos é a morosidade e a falta de efetividade do aparato jurisdicional. Cinco anos se passaram e as vítimas ainda não foram devidamente indenizadas”, afirmou Joseane Suzart, promotora do Ministério Público da Bahia (MP-BA) em entrevista ao iBahia.

A informação revelada pela promotora foi confirmada por Elias Teixeira dos Santos, pai de Midiã Andrade Santos, que morreu na tragédia aos 24 anos e deixou uma filha. “Nós recebemos a indenização. O governo deu uma pensão vitalícia para ela (filha de Midian) e a do seguro de torcedor está na justiça, só saiu a metade, até hoje não saiu o restante. O restante até hoje eu não recebi, não. Tá com advogado aí”, contou. A disputa em questão é com o ex-companheiro de Midiã, que não é pai da filha dela e também estava no estádio. O valor do seguro integral gira em torno de R$ 25 mil, enquanto a pensão – prevista na Lei Estadual nº 10.954 criada um mês após a tragédia – não teve números divulgados.
Sobrevivente – Além desse caso, chama a atenção também a luta do sobrevivente Jader Landerson, hoje com 22 anos, por uma indenização. Com a queda, ele fraturou três vértebras da coluna e parte da coxa esquerda, além de ter ficado com um pequeno distúrbio por causa da pancada na cabeça. O iBahia não conseguiu contato com Jader ou algum parente dele, mas a promotora que ouviu as famílias dos envolvidos na tragédia, Joseane Suzart, contou que até hoje mantém contato com os pais dele.
“Permanentemente, os pais de Jader vêm aqui (no MP-BA). Para você ter uma ideia, de 2007 até agora, 2012, nós protocolizamos cinco petições. De forma constante estamos pedindo ao judiciário que marque a audiência. Nem audiência de tentativa de conciliação aconteceu. O que as pessoas imaginam é o seguinte, a Fonte Nova está sendo reconstruída, foram absolvidos os acusados no campo criminal, que é diferente do campo cível, mas a responsabilidade não é de A, B ou C, é do poder público”, disse.