A ASCENSÇAO DA CLASSE C – “Os pobre ricos de alma nada nobre”,

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Na novela Império, vemos a personagem Cristina torna-se presidente de uma empresa multinacional, também vemos outros núcleos de pobres da novela ascender como o cozinheiro nordestino, que se torna sócio de um grande restaurante. Em contra partida vemos críticas, deboches e preconceitos dos personagens do núcleo rico tradicional que não admitem dividir seu espaço e poder com os novos ricos. Pois os mesmo não possuem requinte, educação ou sangue nobre para ocupar tais espaços.

O autor Aguinaldo Silva de forma caricata retrata sua visão desses novos ricos, nos personagens de Magnólia e Severo. Que após varias trambicagens, tornam-se milionários no jogo de azar e apesar do novo status social o casal mantém os velhos costumes de quando eram pobres.A crítica clara do autor, fere e ataca diretamente a nova classe rica. A ascensão da classe “C” que é repudiada pela classe “A” tradicional, no discurso intertextual do autor fica explícito o caráter preconceituoso e segregado,r ao afirmar que os novos ricos desejam apenas o dinheiro e seu poder de compra, renegando uma qualidade de vida sã, com alimentação, educação e hábitos saudáveis.

Os pobres ricos, que ascenderam, mas continuam com seu jeito suburbano, fere e maculam a elite rica tradicional.

A classe C não muda de bairro quando ascende economicamente, ela tem opções e gostos muito diferentes. Elas priorizam o coletivo, gostam de ostentar e no geral pouco se importam com as aparências. Os novos ricos querem ocupar o seu lugar ao sol, seja ele conquistado através da meritocracia, ou por sorte.

A visão de uma “nova classe média alta” inculta, iletrada, ignorante, retrata um senso comum que legitima as diferenças sociais, que vemos diariamente presente na mídia televisiva e na sociedade como um todo.

O novo perfil econômico da população brasileira tem resultados econômicos, políticos e culturais que devem ser estudados cuidadosamente. Este novo segmento de classe econômica é reflexo de uma série de mudanças socioeconômica que o nosso país tem atravessado.

A mobilidade social de pessoas mais pobres, que aumentaram sua renda e passaram a ter melhores padrões de consumo, chocam e incomodam as pessoas das classes mais altas que temem a invasão de seus espaços e deterioramento de sua cultural. Com a sua posição de “dominante da verdade” perante seu círculo social, a elite escarnece e tripudia em cima dos novos ricos.

Do outro lado a nova classe desfruta de todo as regalias que antes disponível apenas aos mais abastados de berço, e são felizes em seus carros de luxos, batidões de ouros, mansões e churrascos a beira da piscina ao som de funk ostentação.

Por  Andréa Luz – Ptn News