Projeto imobiliário recebeu autorização do Inema para “supressão de vegetação nativa” e o “manejo da fauna”
A instalação de um megaempreendimento na Ilha de Boipeba, no município de Cairu, tem sido alvo de protestos de integrantes da comunidade local. Por meio da Internet, o grupo “Salve Boipeba”, que conta com a participação de moradores e comerciantes locais, criou uma petição contrária ao empreendimento “Ponta dos Castelhanos”, que seria instalado em uma área de proteção ambiental, que compreende áreas de mata atlântica, manguezais e restingas. O abaixo-assinado já reúne mais de 33 mil assinaturas.
Segundo o grupo, há um entendimento que o empreendimento desrespeita o “território ambiental e sua biodiversidade”.
“Mas a nível simbólico, rompe com um movimento global e atualizado de proteger e garantir a dignidade e subsistência das comunidades tradicionais. Acreditamos que o projeto turístico-imobiliário da Mangaba serviria apenas para endossar o racismo ambiental já existente e contribuir para um projeto de turismo predatório, que não respeita a conectividade do ecossistema local”.
Ainda segundo o grupo, a instalação do resort causaria “danos irreparáveis para o ecossistema do local, indo na contramão do turismo ecológico e sustentável”. “Além dos desastrosos impactos ambientais, a comunidade da Ilha de Boipeba irá sofrer por não conseguir desenvolver o seu sistema de subsistência tradicional. A pesca artesanal ficará fragilizada e inviabilizada, assim como a pequena agricultura e o extrativismo sustentável. Essas atividades, são indispensáveis para manutenção da identidade coletiva e do modo de vida dos moradores locais”, diz nota publicada pelo grupo.