Coluna: Brasil um país banhando de sangue negro

terras de preto

No Brasil não há racismo! Aqui todos vivem em harmonia! Racismo institucional (preconceito racial, descriminação operado no plano privado). Trata-se de descriminação racial praticada pelo Estado ao atuar de forma diferenciada em relação a certos segmentos populacionais, introduzindo em nossa sociedade pela via de políticas publicas “um corte entre o que deve viver e o que deve morrer”. A faxina étnica. (falta de saneamento/má assistência social/omissão/condição de vida precária/ausência de segurança)etc.

Mito da democracia racial tenta criar uma imagem positiva que no Brasil não há racismo, aqui as raças se misturaram e todos vivem em harmonia. Falsa imagem que não coincide com a realidade. Essa idéia surge no fim do Segundo Império e inicio da Republica.  Praticadas empregadas aqui embranquecimento da raça, políticas distintas para elite intelectual branca. Ideal de miscigenação para aquisição de nova cor aceitável a sociedade.

Para que fique claro que o “racismo” ainda existe sim e de várias maneiras e em várias faces, a sua crueldade em nosso país ainda é pior, pois é mascarada pela falsa visão de que nós não temos racismo no Brasil, que aqui se vive em harmonia.

Vejam abaixo os dados da verdadeira face do nosso país O GENOCÍDIO DE NEGROS NO BRASIL.

De cada 100 assassinatos 65 vitimas são negras. De 2002 a 2010 houve um aumento de 30% de assassinatos de negros. 89,3% desses são jovens na faixa etária inicial de 17 a 20 anos. São em maior número de desempregados cerca de 86,6%, apresentam salários mais baixos e possuem menos oportunidades em ingressar no mercado de trabalho. Estão em maior número nas consideradas subzona empregatícia como domesticas, garis, serviços gerais. Construção civil, trabalho informal etc.

Pesquisa Nacional por Amostra de domicílio 2013. Apontam: 53% de brasileiro se declaram pretos ou pardos. Negros são 11,8% analfabetos, 4,6% de trabalho infantil, 9,1% matricula-se na Ed.Superior, 34,7% estão distorção idade-série. A lei 10.639 torna obrigatório o ensino de História da África Cultura Africana e Afro-brasileira no currículo escolar e até hoje existe dificuldades em sua implementação. Escolas despreparadas, ignorância por parte dos pais de alunos evangélicos, demonização da religião e costumes afrodescedentes. Caráter eurocêntrico ainda encontrado nos livros. Sucateamento do ensino.

O Brasil está longe de ser o país da Democracia Racial que muitos afirmam existir, há explícitos requintes de crueldade no tratamento dispensado à população negra por parte do Estado Brasileiro. Salvador com cerca de 83% da população é composta de afrodescendentes apresenta um quadro alarmante de atos de violência e discriminação; o racismo lidera com 73,89% dos casos.Apesar do numero alarmante os crimes de racismo são engavetados e ninguém é preso. Segundo dados do Ministério Público da Bahia, apenas 70% dos 40 casos mensais de racismo e intolerância religiosa são transformados em procedimento investigatório.

Ser consciente de perceber-se no mundo, ser mundo e do mundo “negro”. Possuir o sentimento de pertence a sua raça a sua cor, se reconhecer construir uma identidade étnica racial. Sua cultura, sua crença, seu povo, luta e história. Essa é a verdadeira face sobre a vida daqueles que nasceram e vestem a PELE NEGRA em nosso país. 20 de novembro dia da Consciência Negra!

Por Luz Andréa.