MP aciona prefeitura e governo por falta de medicamentos para quimioterapias em Itabuna

O Ministério Público (MP-BA) acionou a Prefeitura de Itabuna e o estado por falta de medicamentos para realização de quimioterapias. Segundo pacientes da Santa Casa de Itabuna, os medicamentos começaram a acabar em junho deste ano. O MP entrou com uma ação civil pública para pedir que a Justiça determine a regularização dos serviços oncológicos em até 15 dias.

Gildeci Santos de Oliveira, de 49 anos, começou neste ano o tratamento contra o câncer de mama na Santa Casa da Misericórdia. Entretanto, a mulher teve o tratamento interrompido após os medicamentos que ela tomava entre as seções de quimioterapia terminarem.

A mulher teve o quadro de saúde agravado e começou a sentir muitas dores. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itabuna, que não tem ambulatório oncológico.

“Estou quase um mês sem tomar medicação, estou aqui na UPA, o que eles estão podendo fazer aqui por mim, eles estão fazendo, só que não tem medicamento suficiente aqui para mim. Tenho vomitado muito, minha pressão vai para 20, eu só peço que os governantes dessa Itabuna, prefeito e o secretario de saúde olhem para a gente, porque nós estamos sofrendo muito. Vocês não podem deixar a gente assim desse jeito”, disse Gildeci, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Segundo o secretário de saúde de Itabuna, Uildson Nascimento, a falta de medicamentos da oncologia é devido a crise financeira da Santa Casa e não por falta de pagamentos por parte da prefeitura.

“Inicialmente, eu queria esclarecer que até o presente momento, nós não recebemos nenhuma notificação em relação a falta de medicamentos. A responsabilidade da Secretaria de Saúde é contratar os serviços e realizar os pagamentos e isso a Secretaria de Saúde de Itabuna está religiosamente em dias, inclusive hoje a gente paga à Santa Casa o que está contratualizado, em torno de R$ 1,3 milhão”, contou o secretário.

Em nota a Secretaria Estadual de Saúde informou que não tem conhecimento da ação movida pelo Ministério Público e esclareceu que os estabelecimentos habilitados em oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que no caso de Itabuna é a Santa Casa de Misericórdia, são os responsáveis pelo fornecimento dos medicamentos.

(G1/BA)