A auxiliar de laboratório Karina Gonçalves, de 20 anos, enfrenta dificuldades para se locomover depois de passar oito meses fazendo uma dieta à base de chá e um “shake” sem acompanhamento de médicos. Segundo um especialista, o problema é por conta de uma beriberi hipovitaminose, causada pela falta de vitamina B1 no organismo. Por conta disso, ela sofreu com a paralisação dos estímulos às pernas. O caso foi no Espírito Santo.
Karina pesava 79 kg e resolveu fazer uma dieta só à base de líquidos. No período em que ficou se alimentando só com o shake e o chá, ela perdeu 13 kg.
Por conta do problema, Karine só se movimenta com ajuda da mãe e se arrasta pela casa. “No café da manhã, comia um pão light com leite. No almoço e na janta, tomava shake e chá. Não sentia fome por causa dos remédios que inibiam o apetite. Vi que estava dando resultado e continuei durante oito meses. Minha mãe e minhas amigas diziam que eu era louca, mas não ligava. Fiz tudo sem orientação médica”, contou Karine ao G1.
Um dia, Karine passou mal no meio da rua e passou a não conseguir mais andar. “Foi um desespero ter que ir buscá-la no terminal rodoviário e vê-la sem andar. Como mãe, digo que ninguém deve fazer dieta assim”, desabafa a manicure Luciana Ferreira, que diz que tentou impedir a filha de mudar a alimentação, sem sucesso. “Dava uns puxões de orelha. Percebi que algo estava errado porque a pressão dela oscilava. Sempre incentivava ela a comer, mas não queria”.
Karine precisou ser atendida em quatro hospitais e por oito médicos até que a doença foi identificada. “Tipos de alimentações a base de shakes causam desnutrição. É impossível ter em um copo de shake a quantidade de vitaminas que o corpo precisa. A pessoa vai emagrecer porque estará desnutrida, mas não terá saúde”, explicou o endocrinologista Albermar Robert Harrigan.
A vitamina B1, que faltou no organismo de Karine, pode ser consumida no arroz, legumes e verduras. A falta dela atinge o sistema nervoso e no caso da jovem deixou as pernas sem receber os estímulos. Agora, com tratamento e reeducação alimentar, Karine deve voltar a andar em 10 dias.
